Anda por estas bandas, uma discussão assaz interessante sobre os três nomes. Nomeadamente sobre os meus três nomes: «Tiago Apolinário Baltazar».
Aparentemente existe um vasto, pequeno, consenso de que eu deveria apresentar-me apenas como «Tiago Baltazar». Afirmam-me, juram-me, que, «Apolinário», de certo modo, não conjuga entre «Tiago» e «Baltazar».
Lembro-me ainda dos tempos em que, pedindo-me as senhoras para que revelasse o meu nome completo, o simples trauteamento do nome «Apolinário» era sinónimo de risada geral, vai-se lá saber porquê. Agora, a risada, deu lugar a um simples olhar esbugalhado, seguido de uma simples pergunta: «Apolinário?», como que, repetindo a injúria, ela pareça menor. Santo Deus.
Vejamos uma coisa, o nome é aquilo que somos. Sem nome não somos nada. Não existimos. Já os índios das Américas – antes da chegada dos Europeus – sabiam isto, ora não preferissem eles chamar-se «tipo com cara de cu», a não terem qualquer tipo de nome.
Renegar o nosso nome, é a coisa mais triste que existe. É como renegar a nossa casa. Pode ser a maior merda a cair de podre. Pior, pode estar cheia de familiares a ver a TVI. Mas é a «nossa» casa. E só por isso, é a melhor do mundo. Eu, pessoalmente, tenho o maior orgulho do meu nome. Ora não fora a minha mãezinha que mo dera.
Gente que é gente, tem três nomes. Basta abrir o jornal para ver que é mesmo assim. Que diabo, se até, repito, se até, o Eduardo Prado Coelho e a Clara Ferreira Alves têm direito a três nomes, porque não o deverei eu ter também?
Vamos por partes: «Tiago» é nome famoso. Quem não se lembra dos Apóstolos? Existia um Tiago, pois claro. Pregador incansável, a quem ninguém ligou puto, excepto no dia em o decidiram matar; «Apolinário», a quem não traz à memória o grande Guillaume Apollinaire, poeta Francês, mas que afinal nascera em Itália? Ou então, quem não ouviu já falar dessa grande empresa portuguesa de transportes de seu nome «Apolinário»? Se não conhecem é porque andam distraídos, porque ela passeia-se por ai; Por fim, «Baltazar», esse grande Rei Mago que ofereceu ao menino Jesus uma prenda que, visto bem as coisas, nem interessava ao menino Jesus. Felizmente, não era o preto, só e apenas, porque, naquela zona, eram todos monhés.
O meu nome tem história. «Tiago Apolinário Baltazar». Nome de apóstolo. Nome de poeta. Nome de Rei. De tudo isso, só tenho nome. E até já isso me querem tirar. Cruzes.
[Tiago Apolinário Baltazar]
1 comentário:
Também não é justo praguejar com a palavra "Cruzes". Essa é a minha batalha! O meu nome inclui Cruz. A minha família é Cruz. Todos juntos somos os Cruzes, modo carinhoso como nos tratam. Excepto outros tantos que, por dá cá aquela palha, soltam logo a piada "a cruz que carrego", "cruzes canhoto" e outros tantos mimos associados. Não é a Cruz o símbolo do Cristianismo de que tanto fala no seu post?
Ora, então não é justo como o termina!
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