segunda-feira, outubro 29, 2007

Oposição a Marques Mendes

Isto em política é preciso ter uma paciência de Job, em particular quando se atravessa um período de vacas magras; um período de casa sem pão, onde todos ralham e ninguém tem razão; um período de fome má conselheira; um período em que se é preso por ter cão e por não ter. E há muitos provérbios populares significativos para o caso. Antes de Marques Mendes tomar uma posição, todos a exigiam: depois de a tomar, todos a criticam. E nem sequer é uma decisão entre muitas, é esta mesmo, precisamente a que tomou, a que lhe exigiam, esta mesmo que lhe criticam. Ou porque é tarde de mais, ou porque é cedo de mais, ou por mil e umas razões que servem agora e não servem depois. (2007)

José Pacheco Pereira, O Paradoxo do Ornitorrinco - textos sobre o PSD

[João Carlos Silva]

sexta-feira, outubro 26, 2007

Aviso

Quem quiser, pode ler-me também neste blog:

00:04


[Paulo Ferreira]

quarta-feira, outubro 24, 2007

Micróbio



A partir de agora também escrevo no Micróbio Megalómano.

[João Carlos Silva]

Gonçalo M. Tavares



Gonçalo M. Tavares não é um mago das palavras. Não tem uma escrita poética nem melódica. As palavras que correm nos livros de Tavares são curtas, escassas e científicas. «A ciência da carne, do metal, do osso» - poderia ser o lema deste escritor. Não é um escritor que escreva calhamaços para o Nobel ou para a crítica política. Não é. Mas garanto que nunca nenhum escritor me fez pensar como Gonçalo M. Tavares me faz pensar depois de ler um livro seu. Para qualquer escritor, então, é uma leitura obrigatória: um dínamo da mente humana.

[João Carlos Silva]

domingo, outubro 21, 2007

Work in Progress



[João Carlos Silva]

sexta-feira, outubro 19, 2007

Despertares



Há grandes clássicos entre os meus filmes que, passem os anos que passarem e veja-os as vezes que os vir, serão sempre grandes lições.

[João Carlos Silva]

quinta-feira, outubro 18, 2007

National pride

No post «A Longa Campanha De Durão», o Bruno interroga-se: Serei sou eu, ou haverá mais gente já farta da campanha que Durão Barroso anda já a fazer para as Presidenciais de 2016?

Eu, pela minha parte, só posso dizer isto: um voto em Durão seria um voto da má memória, um voto amnésico.

[João Carlos Silva]

quarta-feira, outubro 17, 2007

Barreto quote IV

Esse é o ponto: a «ideologia» dos brandos costumes pretende justificar e desculpar a opressão; disfarçar a violência; e impor a passividade aos cidadãos.

António Barreto, Sem Emenda

[João Carlos Silva]

Barreto quote III

Um dos mais sérios problemas portugueses é o da ausência de contra-poderes. O Estado é a nação. O Governo é o Estado. Há séculos que é assim. Embora ténue em certos momentos, o único contrapoder digno desse nome é sem dúvida a Igreja Católica.

António Barreto, Sem Emenda

[João Carlos Silva]

Barreto quote II

António Barreto, em Sem Emenda, tem um artigo (de uma ironia genial) em que admite que não gosta de Espanha nem de espanhóis. E resume os seus defeitos:

Como se pode gostar de um povo que fez a Inquisição, expulsou estrangeiros, queimou judeus, assassinou protestantes, bateu nos árabes, massacrou os índios, escravizou pretos, expulsou jesuítas, matou comunistas e anarquistas, prendeu socialistas e democratas, expulsou frades, violou freiras, nacionalizou conventos, deu o poder à Igreja e aos militares, proibiu os partidos e as eleições durante quarenta anos, deportou artistas, forçou militares ao exílio, deixou partir centenas de milhar de emigrantes clandestinos, censurou os livros e os jornais e quer fazer a Federação Europeia? Como é possível gostar de tal povo?

Mas será mesmo de Espanha que António Barreto está a falar?

[João Carlos Silva]

Barreto quote I

Os funcionários da revolução eram sempre piores do que os do poder? Os esquerdistas piores do que os yuppies? Mais uma vez, só a liberdade nos salva. E o inconformismo, quando há. Querer mudar tudo é uma estupidez. Pretender fazer um homem novo é um disparate. Mas os que querem obedecer e chamar-lhe sucesso, não são melhores.

António Barreto, Sem Emenda

[João Carlos Silva]

terça-feira, outubro 16, 2007

Mau cenário

Há tempos, num espírito «tanto se me dá como se me deu» e inspirado pelo abandono do homem de uma entrevista, disse que não me importava de ver Santana Lopes como líder parlamentar do PSD. Por três razões: porque já era deputado; porque é da laia de Menezes (se bem que eu não tenha semelhante antipatia por Santana); e porque já não queria saber de nada. Mas não pensei, não pensei mesmo. A piada de ver o «guerreiro-menino» à frente das tropas não é tão grande se, num cenário pós-Santana, o PSD entrar num deserto enquanto partido. Um PS sem qualquer oposição séria seria uma catástrofe, não para o PSD, mas para o Portugal onde vivo. Por muito populista que Menezes já seja e por muito inepto que o PSD já esteja, quando Santana Lopes chegar para ajudar à festa há sempre um cenário pior. Disse disparate, portanto. Mas é mesmo por poder admitir isto, e sem grande jeito para a coisa, que não sou político.

[João Carlos Silva]

Dor

Sem analgésicos é mais giro.

[João Carlos Silva]

Case study

Será possível criar sempre um novo desfecho para doenças existentes? É.

[João Carlos Silva]

Abdómen

Através de uma janela no meu abdómen, tenho andado a olhar a morte nos olhos.

[João Carlos Silva]

O acto solene de desaparecer



«Desaparecido». Esta maneira de sair da cena da vida parece ter sido muito conhecida no século XVII; mas era então considerada um privilégio dos que tinham sangue régio e jamais seria concedida a um boticário. Por volta de 1686, de facto, um poeta com um nome de mau agorio (ao qual, de resto, fez justiça), Mr. Flat-Man, falando da morte de Carlos II, exprimia a sua surpresa por um príncipe ter cometido um acto tão absurdo como morrer; diz ele que «Deveriam os reis não morrer mas sumir-se».
Ou seja, deveriam eclipsar-se no outro mundo.


Thomas de Quincey, Confissões de um Opiómano Inglês

[João Carlos Silva]

sexta-feira, outubro 12, 2007

Escreve, escreve

Então, estou fora? Não, escrevendo não me tornei melhor, apenas dissipei um pouco, a ansiosa e inconsistente juventude. Que me valerão estas páginas descontentes? O livro, o voto, não valerão mais do que tu. Nunca disse que escrevendo se salva a alma. Escreve, escreve, e a tua alma já está perdida.*

Italo Calvino, O Cavaleiro Inexistente

*nota: é uma monja narradora que escreve estas linhas.

[João Carlos Silva]

As leis da Venezuela

É favor espreitar esta notícia. E eu que nunca pensei vir a gostar do Alejandro Sanz. É bom saber que, na música como em Hollywood, o barco não está totalmente desequilibrado para o «outro lado». Tal como Andy Garcia motiva a oposição a Fidel, também Sanz critica Chávez. E «El Presidente» não se esquece.

[João Carlos Silva]

quarta-feira, outubro 10, 2007

Sangue na cabeça

Não há uma noite em que consigas ir para a cama com a cabeça limpa de sangue.

[Paulo Ferreira]

Contar gotas

O Verão acabou mas o meu sofrimento com o suor não.

[Paulo Ferreira]

Falta de comparência

Pior do que uma grande derrota é uma falta de comparência.

[Paulo Ferreira]

Objectivos

No momento em que alguém se decidir a criar uma associação que tenha como único objectivo o de me salvar, passarei a acreditar no conceito de humanidade.

[Paulo Ferreira]

Caminhos

Do mesmo modo que existem várias formas de ganhar a vida, há diferentes formas de a perder. Eu, por exemplo, farto-me de encontrar caminhos para a desgraça.

[Paulo Ferreira]

Perder anos

Mesmo não saindo do sofá, consegues perder anos de vida em poucas horas.

[Paulo Ferreira]

terça-feira, outubro 09, 2007

Mundo cão

O chão é de terra. O tecto é de ar. Não confio neste mundo.

[Paulo Ferreira]

Razões para acreditar

Apesar deste Inferno que é o passado, o presente e o futuro, acredito que dias virão em que os céus azuis nos ofuscarão os olhos ao ponto de não conseguirmos ver o bicho que temos dentro de nós.

[Paulo Ferreira]

Amanhã

Sou daquelas pessoas que estão sempre à espera dos amanhãs. Sou daquelas pessoas que vivem desiludidas com os dias que passam.

[Paulo Ferreira]

Quatro paredes

Um suicida que amava a vida construiu uma casa sem janelas para que, nos momentos de angústia, não conseguisse encontrar pontos de fuga.

[Paulo Ferreira]

segunda-feira, outubro 08, 2007

Futuro escuro

Tinha tão poucas expectativas em relação ao futuro que nunca se lembrou de sair da cama.

[Paulo Ferreira]

Amizade

A amizade acaba com a vaidade.

[Paulo Ferreira]

Manchas

O facto de seres humano não desculpa as tuas falhas. Mas o facto de seres falhado desculpa o ser humano que és.

[Paulo Ferreira]

Falhar

Se voltaste a falhar, não te preocupes. Falharás mais vezes.

[Paulo Ferreira]

Escolhas

Se um dia precisares de fazer escolhas, usa o cérebro em vez do coração. Reconheça-se, no entanto, que muito dificilmente um animal da nossa espécie consegue fazer escolhas com o cérebro. O coração é sempre a nossa grande ferramenta. Até quando a ferramenta é uma má ferramenta.

[Paulo Ferreira]

Prova de esforço

Quem conseguir passar mais do que quatro horas com a sua senhora num centro comercial de grande dimensão, para além de estar a bater o meu máximo histórico, está pronto para o casório.

[Paulo Ferreira]

sábado, outubro 06, 2007

Sátira

H. L. Mencken tem uma forma engraçada de contar as suas opiniões ao público, uma vez que, ao fazer isso, brinca dizendo coisas sérias e consegue não cair em ridículo. Por exemplo, a ideia geral de Os Americanos é esta:

Está claro que gente de terceira categoria existe em todos os países, mas só que aqui lhes é confiado o leme do Estado e, ao mesmo tempo, a guarda dos valores nacionais.

Outro qualquer escriba, a dizer isto sobre os Estados Unidos, dar-me-ia vómitos. Mas Mencken não. Mencken sabia escrever, sabia pensar, sabia brincar. Mais importante, Mencken sabia que, fora de portas, o vazio era maior.

[Paulo Ferreira]




Felicidade

Em Os Americanos, Henry Louis Mencken (1880-1956) dá a receita necessária para a felicidade:

a) Bem alimentado, livre de preocupações mesquinhas, à vontade na mãe-pátria;

b) Repleto de um reconfortante sentimento de superioridade em relação à grande massa dos meus compatriotas;

c) Permanentemente divertido, com finura de espírito e de acordo com o meu gosto.

[Paulo Ferreira]

sexta-feira, outubro 05, 2007

Raça

Não conhecendo em profundidade a figura de Ângelo Correia, falo daquilo que vejo e que leio. Esta semana, numa entrevista ao Expresso, o homem refere, a propósito das reacções de Pacheco Pereira em relação à vitória de Menezes, o seguinte: O dr. Pacheco queria ser expulso para ser mártir, mas não lhe faremos a vontade. Parece-me que por aqui se vê de que material esta gente é feita.

[Paulo Ferreira]

Ser português

Sobre Arte de Ser Português, de Teixeira de Pascoaes, nada melhor do que a leitura do prefácio de Miguel Esteves Cardoso. Aqui fica um excerto:

Os Portugueses não queriam ser quem ele queria. Os Portugueses de Pascoaes nem sequer existiam. Pascoaes nunca percebeu que era tudo invenção dele.

[Paulo Ferreira]

Rei

Tentando averiguar se o ambiente na SIC continua tão eroticamente carregado como nos nossos tempos, eu e a minha mulher deslocámo-nos aos estúdios no passado domingo. Como fazíamos sete anos de casados nesse dia, convencia-a a ir vestida de noiva, para a fotografia.

- Miguel Esteves Cardoso, Única/ Expresso

[Paulo Ferreira]

Naquele dia

Poderia jurar que, naquele dia, o culpado não fui eu. Mas reconheço que todos os outros dias se têm parecido com aquele.

[Paulo Ferreira]

Lupa

Ontem comprei uma lupa e enviei-a a Deus, a ver se Ele me descobre no meio disto tudo.

[Paulo Ferreira]

Deus

Permanecer levantado no ar como um filho de Deus à espera da redenção. Permanecer crucificado como um pecador que, mesmo não suportando mais dor, só recebe dor.

[Paulo Ferreira]

Estado das coisas



[Paulo Ferreira]

quinta-feira, outubro 04, 2007

Sagnier


Apreciei deveras o trabalho de Ludivine Sagnier em Swimming Pool.

[Paulo Ferreira]

Homenzinho

Santana Lopes já é um homenzinho. Já não faz as noitadas de antigamente. Agora, em vez das habituais «directas», Santana deita-se às cinco, seis da manhã, para chegar fresquinho ao trabalho.

[Paulo Ferreira]

Mundo mau

A dor faz-te dizer constantemente que este mundo não é bom, que este mundo não é bom.

[Paulo Ferreira]

Menezes e Santana


A propósito deste meu post, onde eu admitia que não ficava demasiado abatido com a escolha de Santana Lopes para líder parlamentar do PSD, o meu amigo Bruno fez um comentário: «sendo que o João não se deixa enganar pela histeria de Menezes, estranho que ele use para Santana o argumento que os apoiantes do novo líder usaram na sua campanha (o de que, com ele, haveria "verdadeira" oposição, ou seja, berraria)». Ora, a minha justificação para tal «aceitação» de Santana como parlamentar está no próprio excerto que escolhi do comentário do Bruno. Ou seja, que o argumento que se tem usado para escolher os líderes do PSD terá de ser aceite se se referir ao líder parlamentar. É a única abordagem congruente. Menezes e Santana sempre fizeram par, e aos olhos das «bases» é a única continuidade aceitável. A visibilidade que ele (Santana) terá é natural e, com alguma esperança, não será pelos piores espectáculos que já protagonizou. Será um líder parlamentar que qualquer pessoa ouve, mesmo sem querer.

Resumindo: o espectáculo mediático que muitos quiseram ver no líder do partido podia já ter sido fornecido pela escolha de Santana Lopes para líder parlamentar, sem ter descambado nesta pobre via de liderança. Com a condição - e esta é a parte mais importante - de não «andar por aí» e de, se Menezes cair, aprender de vez a lição. Acho, Bruno, que, com o líder que o PSD tem neste momento, Santana Lopes é a única escolha óbvia.

[João Carlos Silva]

quarta-feira, outubro 03, 2007

Inferno 2

Indirectamente, vais escolhendo viver num inferno para o qual não estavas preparado.

[Paulo Ferreira]

Ferida aberta

Não imaginas que a tua existência é como uma ferida aberta que, ao mínimo toque, te fará gritar como uma criança doente. Mas devias.

[Paulo Ferreira]

Analgésico

Sendo certo que todos os dias me dói alguma parte do corpo, quantos analgésicos deverei tomar até que tudo acabe?

[Paulo Ferreira]

1000

No ano mil, o mundo não acabou. No ano dois mil, também não. Será que o Inferno é para sempre?

[Paulo Ferreira]

Inferno

Se é certo que certas vidas se rodeiam de uma grande felicidade, mais certo é que outras vidas são passadas muito lentamente, num grande sofrimento, dentro de uma grande fogueira que arde e que faz doer.

[Paulo Ferreira]

Um Santana atrevido é o que se quer

Marques Mendes foi um dos melhores deputados do PSD da última década. Talvez o melhor. Mas agora, parece, chegou a altura de ser afastado (por pouco tempo, gostava eu) por razões políticas e de mudança de «directório». Para além disso, vai-se escolher também novo líder para a bancada parlamentar do partido. Verdade seja dita, eu não me importava de ver Santana Lopes como líder da bancada parlamentar do PSD. Arriscando alguma incipiência no conteúdo das intervenções, ao menos tínhamos um homem mais desbocado e atrevido (este sim e não Menezes). Teríamos, esperançosamente, alguém capaz de virar as costas ao desrespeito do Primeiro-Ministro para com os deputados. Face ao sarcasmo barato e grosseiro das intervenções José Sócrates, acredito que Santana Lopes se levantaria a meio e se ia embora. Acredito que poderia exigir mais, mesmo que não tão bem como Mendes. E isso, nos tempos que correm, é de louvar.

[João Carlos Silva]

A viagem

O manuel a. domingos pôs o meia noite todo o dia a descansar por uns tempos. É pena. Ficam os votos deste blog de um retorno breve, como se de Ulisses se tratasse.

[João Carlos Silva]

O cantor que lia Kierkegaard



Tenho para mim que Elliott Smith ainda está vivo. Pelo menos para os dois autores deste blog, o homem continua vivo nas aparelhagens e mp3's.

[João Carlos Silva]

Fuck

Outra coisa fantástica em Roth é a sua utilização da linguagem, do calão. Não há palavras proibidas no vocabulário (à excepção, talvez, de «amor»). Em geral, nos livros de Philip Roth, página sim página não lá está «cunt», «fuck her/him», «cock», e por ai fora. Coisa mais rara na literatura lusitana. Há vergonha de explorar as palavras tabu. Eu incluo-me neste grupo, como bom filho ateu de católicos, de cuja influência e limites não consigo fugir.

Coisa melhor ainda é que a tradução de Deception (na Bertrand Editora) não tem piedade do leitor e traz à letra as palavras de Roth. As personagens fodem e vêm-se, assim mesmo sem aspas. As palavras são palavras e é preciso descrever a acção. É preciso falar como em Brooklyn. Aplaudo a tradução para português. Para não acontecer como nas traduções de séries (Sopranos incluídos) que transformam uma frase «they were fucking» num «estavam a fazer aquilo». O estilo depende do autor, mas a partir daí o tradutor deve deixar de ser tímido. Nisto da literatura crua nunca se mata o mensageiro: numa tradução nunca se mata o tradutor pelo vernáculo; num diálogo nunca se mata o narrador pela escolha de vocabulário. E Roth, felizmente, sabe isso.

[João Carlos Silva]

Roth


Ler um livro de Philip Roth é sempre o acto de descer um pouco à condição mais vil de todos nós. Traidores, mesquinhos e egoístas. Feios, porcos e maus. Há uma subversão das regras e da ordem das coisas na sociedade que, quando vemos bem, não é subversão nenhuma. É apenas o retrato do lugar mais obscuro do nosso comportamento. E, em Roth, esse lugar obscuro mas podre não está numa personagem distante e caricata. Pelo contrário: para encontrar a perversão em Roth não é preciso ir mais longe do que o próprio protagonista.

[João Carlos Silva]

Feeling

Alguns blogs têm comemorado a vitória de Luís Filipe Menezes, sem pensar no deserto que ficará no PSD depois da passagem deste infame autarca por lá. Mas noutros blogs foi-se mais longe na originalidade, convertendo o nome de Menezes numa sigla misteriosa: L de Líder ; F de Feeling ; M de Mérito. Sempre gostava de saber o que será o «Feeling» do dr. Menezes.

[João Carlos Silva]

terça-feira, outubro 02, 2007

In Rainbows


[Paulo Ferreira]

Quizás Quizás Quizás - Nat King Cole

[Paulo Ferreira]

É assim...

Se deixar a pistola carregada de balas em cima da mesa, não hesitarás em pegar nela para me matar. Sei que o amor é assim.

[Paulo Ferreira]

Mulheres, vidas

Por cada mulher que tens, vives uma vida diferente.

[Paulo Ferreira]

Calendário

O futuro está sempre tão longe e as necessidades estão sempre tão à mão.

[Paulo Ferreira]

Visitas


Há uma certa tendência de algumas pessoas para a pesquisa da palavra «gajas» no Google. Pelo menos, quando vou ao contador de visitas, só encontro «gajas». É quase um ritual. Abro o contador e, surpresa das surpresas, «gajas». Mas aqui não há disso. Neste espaço, a Claudisabel não mostra as «mamas», a Rita Egídio não faz «dança do ventre», a Eva Angelina não veste o fato de secretária.

[Paulo Ferreira]

Chuva

Noto que, com a chuva, me torno mais caseiro, telivisivo, soturno, nostálgico e feliz.

[Paulo Ferreira]

Pergunta

Se estivesses, neste momento, no meio do mar, que farias tu? Deixar-te-ias afogar ou tentarias salvar a pele?

[Paulo Ferreira]

Anonimato

Onde está a plateia?

[Paulo Ferreira]

segunda-feira, outubro 01, 2007

EPC

Na «Atlântico» de Outubro, Jorge Reis-Sá, na sua crónica optimista, defende que Prado Coelho escrevia textos «legíveis» e «pertinentes». Ora, julgo que poder-se-ia dizer tudo sobre o homem menos isto. Prado Coelho não era legível nem pertinente. Era, aliás, por não ser legível nem pertinente que gastava o meu tempo a ler as suas crónicas no «Público». Prado Coelho falava em sóis violáceos, gostava de programas de culinária e apreciava as musas do cinema. Era esta a sua grande relevância. Mais nenhuma.

[Paulo Ferreira]

Coração malandro 2

Sei eu e sabem os meus amigos: os nossos corações nunca baterão como um só.

[Paulo Ferreira]