Diz-se que a juventude é a melhor fase pela qual passa o ser humano. Na minha opinião, a juventude é a pior das coisas que nos podem acontecer. Que nos podem acontecer, exactamente. Se formos a ver as coisas como elas são, ninguém escolhe nascer bebé ou morrer velho. Ninguém escolhe ser jovem ou passar pela fase da juventude. Não. A juventude, como a morte, é uma fatalidade. Com efeito, é na juventude que se cometem os erros mais deprimentes (como o erro continuado da masturbação, por exemplo). É na juventude que a vida mais custa a suportar. É na juventude que se aprende a ser animal.
Numa outra perspectiva, podemos dizer que a juventude sempre se relacionou mal com a política. Isto, apesar de se saber que são os jovens que mais se interessam pelo mundo político. Porém, a política a sério, aquela que é feita por pessoas sérias, decentes e informadas, não se aplica aos jovens. É por isso que afirmo que a juventude sempre se relacionou mal com a política. Os jovens nem sempre têm a noção exacta do que é ser-se um actor político, com responsabilidades e obrigações. Na maior parte dos casos, para os jovens a política é uma fonte de hipotético rendimento, é um contrato que se tem que tomar com o futuro. Veja-se o exemplo das juventudes partidárias, veja-se o caso do sempre medíocre João Almeida, um imberbe que, antes de ter terminado a sua licenciatura, preferiu integrar-se no «letrado» mundo da política. Tanto João Almeida como os seus companheiros das juventudes partidárias são pessoas desprovidas de qualquer tipo de sentido de orientação. Não têm sentido de posição no mundo. Falta-lhes massa cinzenta. Falta-lhes livros. Falta-lhes vergonha.
[Paulo Ferreira]
quinta-feira, janeiro 19, 2006
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