Durão Barroso, velho conhecido, aquando das votações «negativas» desta última semana, propôs ao Parlamento Europeu uma «visão realista» do orçamento da União Europeia. Ora, eu proponho, por outro lado, uma «visão niilista» do orçamento: saudavelmente pessimista, sem acreditar em predestinados, sem acreditar em mecanismos absolutos que nos defendam das maleitas exteriores. Para quem anseia por mais uma avalanche de subsídios e «ajudas» (que sustentam, normalmente, sabe-se lá quem e como), tenho de lembrar que o hábito português tem sido esse. E é esse mesmo hábito, aliado à terrivelmente justa lógica do «devedor-pagador», que nos levou a este ponto da nossa história económica. Não me parece que um país possa, teoricamente, falir. Mas as economias podem, de facto, ser conduzidas (sublinho conduzidas) para um precipício. Sobretudo aquelas que não se sabem mexer sozinhas. Como a nossa.
[João Carlos Silva]
sexta-feira, janeiro 20, 2006
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