quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Sobre a propaganda académica


A «questão dos cartoons» abriu ou reabriu algumas portas, nomeadamente as da liberdade de expressão. No mínimo, «obrigou» uma maioria das sociedades e dos meios de comunicação ocidentais, não só a ter em conta, mas também a proteger a liberdade de expressão. No entanto, as circunstâncias em que tal foi feito talvez possam confundir muita gente. Em relação a David Irving, julgado pela sua posição pretensamente «académica» (negacionismo em relação ao Holocausto), tem-se caído no erro de misturar a liberdade de expressão com a completa anarquia intelectual. Irving académico? É mais lógico chamar-lhe de «pseudo-irreverente frustrado», quando não propagandista falhado. O negacionismo não é novo, portanto encará-lo como um qualquer «crime de opinião» parece-me um julgamento faccioso. De qualquer forma, elevar a tese de Irving à qualidade de «tese legítima» também me parece exalar um cheio nauseabundo a air du temps. A liberdade de expressão traz a paradoxal imposição de uma exigência intelectual que, sem dúvida, há muito demoliu a visão de David Irving - morta à nascença.

[João Carlos Silva]

1 comentário:

Anónimo disse...

Best regards from NY! » » »