Nos últimos meses de 2006 desconfio ter sofrido um primeiro indício, quase imperceptível, de esgotamento intelectual. Talvez por isso não me lembre, se o quiser lembrar, da totalidade dos (bons) livros que li durante este ano. Mas numa semana em que gostamos de fazer balanços, veio-me à memória um pequeno grande livro que poderia dizer que me marcou. Quando surpreende, marca sempre. Numa edição meio esquecida, meio perdida pelos cantos escusos de livrarias, um alfarrábio da Estampa surgiu-me nas mãos: Dormir ao Sol, de Bioy Casares. Por recomendação de um amigo, parti à descoberta. Não tem a unânime «genialidade» de outros «bioy casares», mas é sem dúvida um excelente livro. Sobretudo inteligente. Deste ano, ficou-me marcado na carne este discreto vislumbre da profundidade da narrativa de Casares. Para quem gosta ou não do homem.
[João Carlos Silva]
sexta-feira, dezembro 29, 2006
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