O senhor António Castro Guerra, secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, saiu do seu Porsche para ir à TSF de propósito para nos esclarecer: a culpa dos aumentos no preço da electricidade é inteiramente nossa, dos consumidores. Melhor, disse isto: «são os consumidores que devem este dinheiro».
Ora, não tendo uma carteira recheada nem privilégios de função pública, cá em casa todos pagam o que consomem e o que devem. Por conseguinte, ninguém deve nada a ninguém e, a dever, seria um governo medíocre ou uma empresa de distribuição de electricidade a fazê-lo, sem o meu conhecimento.
Se há ou houve incompetência na negociação de contratos ou na garantia de concorrência, devo lembrar ao senhor Castro Guerra que isso é algo que passa ao lado do «consumidor» quando este liga ou desliga a luz da sala. E nem seria preciso perceber muito de Economia para compreender que esse secretário de Estado Adjunto apenas nos tentou, de uma forma muito pouco habilidosa, atirar areia aos olhos. Eu diria mesmo que ofendeu a inteligência de todos os portugueses. A isto se chamaria, em aldeias mais eruditas, um «alarve». Como diria alguém conhecido: tenha vergonha.
[João Carlos Silva]
quinta-feira, outubro 19, 2006
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