Como todos os anos é tradição, vou ficar escondido em casa durante estes dias. Nem ponho pé fora da porta do lar. Detesto o Carnaval e as pessoas que são invadidas de um inexplicável «pé solto» e de uma alegria serôdia, tal como embirro com o Ano Novo e a «passagem de ano» pelo ambiente de falsa catárse que aterra na vida comum nesses períodos. Ainda assim, tenho tempo para navegar entre canais de televisão e ver duas reportagens: numa delas, o jornalista Pedro Moutinho põe uma cara muito grave para dar a «notícia» (notícia?) de que há pessoas que não festejam o Carnaval, mini-reportagem essa que é subtilmente intitulada «Ódio ao Carnaval» (juro que era este o título); por outro lado, várias reportagens mostram como continua cada vez mais uma festa portuguesa este nosso fim-de-semana, ao ver várias mulheres portugueses vestidas como «sambadeiras» mulatas com o corpo cheio de brilhantes a dançar em cima de carros ao som de uma música brasileira. Depois de um Carnaval cada vez mais brasileiro, de termos tido um seleccionador e jogadores brasileiros e até de termos cada vez mais crimes cometidos por imigrantes brasileiros, provavelmente será tempo de dizer adeus a Sócrates e ir buscar algum eminente político do Rio Grande do Sul. Na literatura, pelo menos, continuo a achar que Portugal está a algumas milhas de distância da criatividade brasileira.
domingo, fevereiro 22, 2009
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