Peter Maynard é um assassino a soldo. Apesar de não ser velho, tem um certo desejo de se retirar do seu ofício. Talvez por já se achar indigno da tarefa de ser a «mão direita do Diabo», ou a «mão esquerda de Deus» conforme o ponto de vista. Talvez por ter uma úlcera que já não se parece curar. Úlcera essa que o castiga em momentos de maior nervosismo. É por isso que, quando Lucky Cassino lhe passa a proposta do milionário T.R. Douglas - de matar os quatro homens que, muito anos antes, lhe violaram a filha -, Maynard aceita a missão desapaixonadamente. Não por gosto, mas por hábito. Por honra de profissional. Apesar de muitas coisas começarem a correr mal na missão, e na sua relação com o Sindicato (grupo organizado de mafiosos que o querem à força controlar), é apenas a sua honra que o leva a persistir na missão até ao fim.
Mão Direita do Diabo é um livro que poderia ser banal, não fosse a sensibilidade irónica de Dinis Machado e a sua enorme cultura literária. Em casa de vítimas, suspeitos e informadores, Maynard espreita as estantes para avaliar quem tem pela frente. Por vezes, indigna-se com a falta de cultura, mas não se surpreende. O impulso não é o de assassino, mas o de literato. Ouve Beethoven e Dvorak, cita autores e vai ao teatro criteriosamente. Não deixando no entanto de seguir as pisadas clichés de agentes secretos e assassinos profissionais. Embora tenha a sua namorada habitual, seduz e usa as mulheres para objectivos profissionais, não sem ter algum apreço por elas. Um James Bond sentimental mas com menos escrúpulos. E do lado errado da lei. Pater Maynard é uma criação original http://www.blogger.com/img/blank.gifde Dinis Machado/Dennis McShade. E isso dá-lhe um brilho único. O jogo entre o fascínio do crime, a ironia e a cultura (livros, cinema, música, teatro) é a chave para a qualidade de Mão Direita do Diabo. Isso e a escrita segura de Machado. Uma obra vintage, que vai ficando melhor com a idade.
Mão Direita do Diabo é um livro que poderia ser banal, não fosse a sensibilidade irónica de Dinis Machado e a sua enorme cultura literária. Em casa de vítimas, suspeitos e informadores, Maynard espreita as estantes para avaliar quem tem pela frente. Por vezes, indigna-se com a falta de cultura, mas não se surpreende. O impulso não é o de assassino, mas o de literato. Ouve Beethoven e Dvorak, cita autores e vai ao teatro criteriosamente. Não deixando no entanto de seguir as pisadas clichés de agentes secretos e assassinos profissionais. Embora tenha a sua namorada habitual, seduz e usa as mulheres para objectivos profissionais, não sem ter algum apreço por elas. Um James Bond sentimental mas com menos escrúpulos. E do lado errado da lei. Pater Maynard é uma criação original http://www.blogger.com/img/blank.gifde Dinis Machado/Dennis McShade. E isso dá-lhe um brilho único. O jogo entre o fascínio do crime, a ironia e a cultura (livros, cinema, música, teatro) é a chave para a qualidade de Mão Direita do Diabo. Isso e a escrita segura de Machado. Uma obra vintage, que vai ficando melhor com a idade.
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