No primeiro intervalo do turno da manhã disse, alto e bom som, que não gosto muito de trabalhar. Disse, ainda, que se pudesse viver do ar que respiro seria o ideal para mim. É claro que dizer isto numa altura em que os professores são acusados de tudo e mais alguma coisa, não caiu bem em alguns dos meus colegas. Vieram com filosofias da treta a dizer que rapidamente me cansaria de não fazer nada, que iria ser o marasmo e o tédio. Não concordo, disse. O marasmo e o tédio são uma consequência directa da rotina, da vidinha minimal e repetitiva (como diz um amigo meu), expliquei. Não senhor, disseram. E cada um ficou com a sua opinião. Mas eu, aqui, reitero: não gosto muito de trabalhar e não me dou bem com a rotina quotidiana do trabalho. Considero-o cruel e vil. Entediante. Mas não pense o leitor que sou um sorna. Sei quais as minhas responsabilidades, os meus deveres. Tento cumpri-los, dando o meu melhor todos os dias. Mas não gosto muito de trabalhar.
manuel a. domingos, no meia-noite todo dia
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