domingo, junho 01, 2008

Directos, especiais e afins

Eu, que adoro futebol, chego quase a perder toda a vontade de ver jogos da selecção nacional assim que as estações televisivas começam com a festarola da grossa em redor dos estágios e da «festa do futebol». Toy e companhia começam a encher os fins-de-semana, nos quais eu esperava ver um pouco de futebol aqui e ali, e logo se estraga um dia de descanso. Saber que o Quaresma hoje estava de intestinos presos ou que o Miguel Veloso disse, quando acordou, que «estava feliz», enquanto a tragédia nacional (com notícias sobre a especulação petrolífera) passa em rodapé, é o retrato de uma miséria de país. Parece cliché dizer isto, mas já não há mesmo paciência para os «especiais» e os «directos» com a selecção e a partir do local do estágio dos «incríveis» em Viseu, na Áustria ou no cu de Judas.

4 comentários:

Mário disse...

E a m**da toda é que parte dos nossos impostos é para subsidiar estes órgãos des(informação).
E não podemos exterminá-los?

ana cláudia alves disse...

Concordo meu caro! mas por vezes também penso que "nos" dão o que queremos, e o que o povo quer é esquecer o que se passa... alienação...é uma boa forma de fugir a muitos problemas.

E a resolução desses problemas? Uma dor de cabeça para muita gente! Por isso venham as novelas e os futebois! O "deixar andar" também está na veia de muitos portugueses.

Excelente blogue! Parabéns!

João Carlos Santana da Silva disse...

Caro Mário, tem razão. Mas, como em tudo na vida, também não gosto de «deitar o bebé fora com a água do banho», já que gostava que me dessem apenas o essencial do futebol: o jogo. Ainda assim, no caso da RTP, sim, acho que roça o ridículo subtrairmos uma bela fatia (que nos faz falta) ao ordenado para pagar as macacadas de artistas portugueses que fazem furor entre os emigrantes em França e Luxemburgo. Quase tão mau como pagarmos o tempo de dezenas de deputados receberem Pinto da Costa na Assembleia...

João Carlos Santana da Silva disse...

Cara Ana Cláudia, obrigado pela visita, e pelas simpáticas palavras. Em relação a isto, eu só queria mesmo ver um joguinho de futebol sem receber, «grátis», o pacote de entretenimento completo. Eu até nem gosto assim tanto da vida que tenho, mas estranho que outras pessoas se sintam tão interessadas em saber como é viver a vida do Cristiano Ronaldo ou do Simão. Enfim, «heróis» modernos.