terça-feira, setembro 11, 2007

As odes de Ricardo Carvalho



Uma boa equipa de futebol, tem, pelo menos, um central genial a jogar sempre os noventa minutos. Infelizmente, no último Sábado, não vi nenhum central decente a jogar contra a Polónia. Fernando Meira é um bom jogador mas não consegue mandar na defesa. Não vacila, mas é limitado. Sobre a titularidade de Bruno Alves, nada digo. Por outro lado, fez-me uma certa pena ver Jorge Andrade no banco de suplentes a bater palmas e a incentivar os seus colegas. Mesmo em péssima forma, este mulato será sempre melhor do que Meira ou Alves. Isso deve-se a um factor de vital importância: o saber jogar. Jorge Andrade, sendo central, sabe como colocar a pantufa na bola. Mas também não é aquele craque maravilhoso.

O melhor central português no activo é Ricardo Carvalho. Arrisco mesmo afirmar que Ricardo Carvalho é dos melhores centrais que Portugal alguma vez teve. Aqueles cortes providenciais são qualquer coisa de outro mundo. O avançado adversário vai a rematar para a baliza, quase a festejar golo, e, sem que nada o fizesse prever, chega Carvalho por detrás ou pelos lados e corta o esférico. Para além disso, nota-se uma diferença abismal entre o jogador do Chelsea e os seus companheiros de posição. Carvalho, ao contrário de todos os outros, sabe receber uma bola no peito e começar a correr até ao meio-campo adversário com fintas à mistura. Incomparável. Dizia-se há uns anos que Fernando Couto e Jorge Costa formavam a melhor dupla de centrais do mundo. Pelo que vejo, o futebol de Carvalho é de outra dimensão. É um futebol mais pensado e, por conseguinte, menos português. Bruno Alves, apesar de novo, sabe o que representa a posição de central na selecção: jogar com o corpo, empregar cacetada, fazer falta, levar cartões vermelhos. Pepe é, de igual modo, um central que tem uma forma de jogar muito portuguesa. Já foi expulso num jogo do seu clube, o Real de Madrid. Há ainda outros centrais mais fracos e mais violentos, como Ricardo Rocha. Mas não há mais nenhum ao estilo de Ricardo Carvalho. Este é um dos professores do futebol. Calado, tímido, simples, humilde, prefere discursar com a bola parada no peito ou a cabecear para os pés de um seu companheiro. Aposto que, se este homem não estivesse lesionado , no último jogo, o nervosinho do guarda-redes teria sido menor e teríamos ganho aos polacos. Mas não. Jogámos à Scolari, isto é, de forma grosseira e analfabeta.

[Paulo Ferreira]

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem dúvida k o Ricardo Carvalho faz mt falta à selecção.
Adoro ve-lo jogar, é imprevisivel tanto no corte como nas saidas rapidas com a bola dominada e além disso marca golos que são uma maravilha para o espectador. Sem duvida um central unico que alterou os conseitos de defesa centra, é simplesmente o melhor do mundo.
Confeço k estou desejoso k volte ao activo, para mais momentos unicos como só ele propicia.