O aço. Sempre o medo do aço. Uma vida inteira a aprender a lidar com ele, na mesma medida em que, desde cedo, aprendi a evitá-lo. As crianças brincavam com pedras, paus, bolos de madeira ou de areia, a gravilha na palma da mão. Para arremessar a um adversário tudo servia.
Mas curiosamente, ninguém se atrevia a empunhar qualquer objecto feito em aço. Estava reservado aos mais crescidos, versados na arte da guerra. No fundo, no fundo, o aço não era mais que o formato da morte - conceito estranho e algo temível a uma criança que apenas queria conhecer a violência.
[João Carlos Silva]
terça-feira, novembro 07, 2006
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