Eduardo Prado Coelho, que ontem gastou a sua habitual crónica no «Público» a falar sobre os mistérios da noite, sobre a procura do Outro no Plateau, no Kremlin, no Lux, etc., faz hoje uma «peça» sobre Marques Mendes. Ora, parece que Eduardo Prado Coelho, à semelhança de Miguel Sousa Tavares, acha o líder do PSD «muito correcto naquilo que faz, mas apenas certinho, nunca brilhante», que é como quem diz, nada que se compare ao brilho do magnânimo primeiro-ministro. Mais à frente no texto, Prado Coelho, como se temesse que o leitor não fosse perceber que Marques Mendes foi apanhado pelo Demo,acrescenta que lhe «parece que um vento de loucura lhe varreu o cérebro.» Digo eu, que muito ignorante sou, que talvez umas mezinhas fizessem bem à alma do pobre Marques Mendes, uma vez que, para além da sua óbvia loucura recente, o homem foi feito «gato-sapato» por José Sócrates na Assembleia da República. É, portanto, de se considerar que Eduardo Prado Coelho, no seu artigo de opinião de hoje, consegue descortinar, na maior das perfeições, toda a acção e todos os problemas que têm envolvido o PSD e o seu líder nos últimos meses.
Eduardo Prado Coelho, sendo filósofo, crítico literário, colunista, ensaísta, professor universitário, enfim, um dos grandes intelectuais deste país, faz bem em expor a sua revolta sempre que esta seja necessária. Apoio-o quando escreve «Que vergonha, meu caro amigo!» Apoio-o quando associa Rui Rio a um «estalinismo larvar.» Afinal de contas, intelectual, neste país, rima com patetice.
[Paulo Ferreira]
terça-feira, novembro 14, 2006
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