sexta-feira, setembro 08, 2006

Finais

O Independente (1988-2006) teve a sua morte oficial na semana passada. Para uma pessoa de vinte e poucos anos como eu, pouco interessa que um jornal enfadonho e desnecessário chegue ao seu fim. Ora,o referido semanário era um tédio. Despender o meu (escasso) dinheiro europeu em algumas páginas supérfluas, sempre me pareceu mal. Por conseguinte, poucas vezes comprei o rival do espesso Expresso. Refira-se, porém, que O Independente nem sempre foi o sofrimento que se viu. Houve Vasco Pulido Valente, Paulo Portas, Miguel Esteves Cardoso. Houve a colecção Horas Extraordinárias. Houve Pedro Mexia (pela simpatia), Pedro Lomba. Houve Rui Ramos, Vasco Rato e Luciano Amaral. Enfim, houve muita gente que, à custa do seu esforço e talento, conseguiu fazer d’ O Independente um jornal que dava prazer (intelectual) ao leitor. Mas esse jornal acabou. Acabou. Diz-se que tudo tem a sua morte num dado ano. O Independente não morreu em 2006. Nem em 2005. Talvez em 2004 ou 2003. Talvez.

[Paulo Ferreira]

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