terça-feira, junho 19, 2007

Vanguarda

Crucificar os livros de Harry Potter, achar que todos meninos e meninas apenas devem ler Jonathan Swift ou Stevenson ou Twain na pré-primária, é típico de uma mentalidade pedante de qualquer pequeno país. É como ter uma pequenina Comissão Europeia a nível intelectual. A televisão que as crianças vêem é má? É. A escola que as crianças frequentam é frouxa? É. Os programas escolares são dignos de uma telenovela venezuelana? Quase sempre. Agora, Harry Potter é um corruptor de nossa juventude? Tenham juízo. Está no sangue do homem (pelo menos do «homem lusitano») querer educar a geração mais nova. O tipo de vanguardismo moralista é que vai mudando ao longo dos tempos. A geração do Dragon Ball, um dia, vai querer pôr as crianças a assistir apenas a filmes de Tati, Visconti ou Bergman. Vão ver.

[João Carlos Silva]

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