terça-feira, junho 26, 2007

Sidónio II

Sidónio gostava de viver como um mito. Generoso, santo e amigo dos pobres, ninguém sabe muito bem como e para quê Sidónio governava. Durante o ano em que esteve na cadeira do poder - ano esse que assistiu ao seu aparecimento e desaparecimento, como um cometa -, assumiu-se como um herói. Assim, a 14 de Dezembro de 1918, atingido duas vezes no Rossio, também foi como herói que morreu. Como um Cristo que sabia o que lhe estava reservado. «Morro bem. Salvem a Pátria», foram as suas últimas palavras. Ninguém sabia muito bem o que estas palavras significavam, mas muitos encararam-nas como uma última missão outorgada pelo chefe.

[João Carlos Silva]

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