Uma coisa que me fascina em A Desaparecida, de Tim Krabbé, é a passagem do primeiro para o segundo capítulo. No primeiro, Rex está com Saskia. Como em tudo o que mete suspense, prevê-se que algo vá acontecer. Saskia desaparece. Rex fica desesperado à sua procura. No segundo, já não se sabe o que pensa a desaparecida Saskia. Também não se sabe o que lhe aconteceu. No entanto, oito anos se passaram. Rex ainda sofre.
Na minha opinião de simples leitor, são precisamente estes oito anos de salto que mais fascinam no romance. Krabbé não relata esses oito anos. Presume-se, pelos gestos de Rex, que muito sofrimento tenha havido. Sabe-se que Rex, para além de continuar a querer encontrar Saskia, ainda a ama. Lieneke, a nova namorada de Rex, não interessa. Não é a principal.
[Paulo Ferreira]
quinta-feira, junho 21, 2007
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