- Estou?
- Quem fala?
- Sou eu.
- Não quero mais conversas contigo.
- Era só para te dizer...
(bip-bip-bip-bip. Telefone desligado.)
Era só para te dizer, só para te dizer, só para, só para te dizer, começou uma voz a ecoar no céu.
[Paulo Ferreira]
quarta-feira, janeiro 31, 2007
Poema
Um poema de João Cabral de Melo Neto no blogue, pensei.
João Cabral de Melo Neto
[Paulo Ferreira]
João Cabral de Melo Neto
[Paulo Ferreira]
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Querer imenso
Tentou segurá-la com as mãos, para que o vento não a levasse para os braços do outro, mas não conseguiu.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
domingo, janeiro 28, 2007
Old phone II
Procura-se pessoa X ou Y na lista telefónica. Mas os números não falam.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Terceiros
No amor, certos indivíduos são como os sportinguistas: a culpa é de terceiros.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Aplicação
Soube, há pouco, que determinado indivíduo costuma aplicar uma cachaporrada (mental) na sua esposa.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Ressurreição
Dizer que alguém morreu é igual a pensar numa certa eternidade, numa perda. Torna-se, por isso, estranho dizerem-nos que alguém morreu sem nunca ter morrido.
Vou-me mentalizar de que determinada pessoa está viva.
[Paulo Ferreira]
Vou-me mentalizar de que determinada pessoa está viva.
[Paulo Ferreira]
Beja
Não vale a pena pegar em finas ironias ou em construções elevadas para criticar o «doutor» primero-ministro. Basta dizer: aeroporto de Beja. Mértola seria melhor.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
sábado, janeiro 27, 2007
Óbvios ululantes, cabras vadias e outras observações
Já enjoa ver artigos começados com «Nelson Rodrigues dizia que toda a unanimidade é burra.» Faz-me lembrar os tempos em que me queria tornar num doutrinador.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Antigas e novas andanças do demónio
Via Desesperada Esperança, um excelente artigo de Gerard Baker na Times Online sobre um dos meus ódios de estimação. Vale muito a pena a leitura. Um exemplo de que «lá neles», lá fora, afinal sempre há quem critique abertamente alguém, que não George W. Bush («nem os americanos gostam do Bush, pá!»), e daí resulte um belo pedaço de prosa. Fica um excerto:
«Fifteen years ago there was once a principled, if somewhat rebarbative and unelectable politician called Hillary Rodham Clinton. A woman who aggressively preached abortion on demand and the right of children to sue their own parents, a committed believer in the power of government who tried to create a healthcare system of such bureaucratic complexity it would have made the Soviets blush; a militant feminist who scorned mothers who take time out from work to rear their children as “women who stay home and bake cookies”.
Today we have a different Hillary Rodham Clinton, all soft focus and expensively coiffed, exuding moderation and tolerance.
To grasp the scale of the transfiguration, it is necessary only to consider the very moment it began. The turning point in her political fortunes was the day her husband soiled his office and a certain blue dress. In that Monica Lewinsky moment, all the public outrage and contempt for the sheer tawdriness of it all was brilliantly rerouted and channelled to the direct benefit of Mrs Clinton, who immediately began a campaign for the Senate.
And so you had this irony, a woman who had carved out for herself a role as an icon of the feminist movement, launching her own political career, riding a wave of public sympathy over the fact that she had been treated horridly by her husband.»
[João Carlos Silva]
«Fifteen years ago there was once a principled, if somewhat rebarbative and unelectable politician called Hillary Rodham Clinton. A woman who aggressively preached abortion on demand and the right of children to sue their own parents, a committed believer in the power of government who tried to create a healthcare system of such bureaucratic complexity it would have made the Soviets blush; a militant feminist who scorned mothers who take time out from work to rear their children as “women who stay home and bake cookies”.
Today we have a different Hillary Rodham Clinton, all soft focus and expensively coiffed, exuding moderation and tolerance.
To grasp the scale of the transfiguration, it is necessary only to consider the very moment it began. The turning point in her political fortunes was the day her husband soiled his office and a certain blue dress. In that Monica Lewinsky moment, all the public outrage and contempt for the sheer tawdriness of it all was brilliantly rerouted and channelled to the direct benefit of Mrs Clinton, who immediately began a campaign for the Senate.
And so you had this irony, a woman who had carved out for herself a role as an icon of the feminist movement, launching her own political career, riding a wave of public sympathy over the fact that she had been treated horridly by her husband.»
[João Carlos Silva]
quinta-feira, janeiro 25, 2007
Enciclopédia do machista
- Bandarilheiro : sujeito com jeito para a algazarra, para o chinfrim;
- Escabeche: zaragata;
- Griso: frio;
- Grise: espécie de tecido antigo de cor pardacenta (significado comum). Forma de dizer frio em certas aldeias mais agricultadas;
- Tranca: os homens têm tranco. Parece que certas mulheres têm tranca;
- Amanhar: lavrar, agricultar, Amanha-te! ;
- Agadanhar: lançar o gadanho a, roubar, pôr as unhas;
- Pincel (molhar o): alguns homens ficam mais excitados ao aplicarem esta expressão em relação ao elemento feminino;
- Trincha: pénis, supostamente, grande;
- Faina: azáfama. Ando cá numa faina!;
- Descangalhar: arranjar;
- Espilrar: espirro de grande intensidade;
- Passarinho (ser): um homem dizer que outro homem não vale nada. Exprimir inveja. O gajo saiu-me um passarinho!;
- Berro (dar o): quem morre, dá o berro;
- Cantar: olha-me só o cantar do carro!;
- Bicho (tocar ao) : masturbar-se;
- Amortecer: implica uma certa violência. Amortecia-lhe o focinho!;
- Pitéu: o petisco mais apetecido;
- Acepipe: manjar delicado;
- Langonha: sujeito mole. Visgo;
- Amargalhar: tocar ao bicho, mas de forma mais sentida, de acordo com o carpe diem;
- Amarfanhar: maltratar. Tens a fronha toda amarfanhada!;
- Fronha: cara;
- Mimo: rabo;
- Pacote: rabo;
- Veneno: indivíduo com tendências para manipular os mais fracos;
- Berbigão: peixe na costa, mulheres em grupo;
- Farfalho: pieira, limalha;
- Fanar: roubar;
- Cegar: perder a racionalidade durante um curto espaço de tempo. Naquele minuto em que a matei, estava cego!;
- Cagada: coisa fácil, o óbvio;
- Trinta e um: alhada, sarilho, salganhada, chouriçada;
- Malha (dar uma): murro, pontapé. Levei cá uma malha!;
- Estoiro (dar um): malha com mais intensidade;
- Chinfrim : algazarra;
- Pandã: o mesmo que chinfrim, mas mais refinado;
- Fandã: pequena variação da anterior. Chinfrim mais bravo;
- Rodízio: circo, palhaçada. Como é que fizeste esse rodízio? ;
- Chavascal: barulho ;
- Chiqueiro: lugar imundo;
- Regueifa: fogaça.
[Paulo Ferreira]
- Escabeche: zaragata;
- Griso: frio;
- Grise: espécie de tecido antigo de cor pardacenta (significado comum). Forma de dizer frio em certas aldeias mais agricultadas;
- Tranca: os homens têm tranco. Parece que certas mulheres têm tranca;
- Amanhar: lavrar, agricultar, Amanha-te! ;
- Agadanhar: lançar o gadanho a, roubar, pôr as unhas;
- Pincel (molhar o): alguns homens ficam mais excitados ao aplicarem esta expressão em relação ao elemento feminino;
- Trincha: pénis, supostamente, grande;
- Faina: azáfama. Ando cá numa faina!;
- Descangalhar: arranjar;
- Espilrar: espirro de grande intensidade;
- Passarinho (ser): um homem dizer que outro homem não vale nada. Exprimir inveja. O gajo saiu-me um passarinho!;
- Berro (dar o): quem morre, dá o berro;
- Cantar: olha-me só o cantar do carro!;
- Bicho (tocar ao) : masturbar-se;
- Amortecer: implica uma certa violência. Amortecia-lhe o focinho!;
- Pitéu: o petisco mais apetecido;
- Acepipe: manjar delicado;
- Langonha: sujeito mole. Visgo;
- Amargalhar: tocar ao bicho, mas de forma mais sentida, de acordo com o carpe diem;
- Amarfanhar: maltratar. Tens a fronha toda amarfanhada!;
- Fronha: cara;
- Mimo: rabo;
- Pacote: rabo;
- Veneno: indivíduo com tendências para manipular os mais fracos;
- Berbigão: peixe na costa, mulheres em grupo;
- Farfalho: pieira, limalha;
- Fanar: roubar;
- Cegar: perder a racionalidade durante um curto espaço de tempo. Naquele minuto em que a matei, estava cego!;
- Cagada: coisa fácil, o óbvio;
- Trinta e um: alhada, sarilho, salganhada, chouriçada;
- Malha (dar uma): murro, pontapé. Levei cá uma malha!;
- Estoiro (dar um): malha com mais intensidade;
- Chinfrim : algazarra;
- Pandã: o mesmo que chinfrim, mas mais refinado;
- Fandã: pequena variação da anterior. Chinfrim mais bravo;
- Rodízio: circo, palhaçada. Como é que fizeste esse rodízio? ;
- Chavascal: barulho ;
- Chiqueiro: lugar imundo;
- Regueifa: fogaça.
[Paulo Ferreira]
Azar
O meu espelho partiu-se em seis bocados. Acreditando na superstição, enfrentarei quarenta e dois anos de azar, que, somados aos meus vinte e dois de existência, mais se parecem com um belo mas sempre triste sessenta e quatro. Com sorte, não sobreviverei até aos tempos de menor azar.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Música em tempos de guerra
Maria João Lopes Fernandes, no Insónia, recupera/reformula as velhas questões de George Steiner: «Como foi possível Josef Kramer, em Birknau, matar dezenas de pessoas num dia e tocar Schumann no piano a seguir? Poderá qualquer amante de música ser um criminoso?». Num excelente post ensaístico, a ler, sobre o respeito que a música e a arte exigiam mesmo no contexto do Holocausto. E, sobretudo, o respeito que Alma Rosé exigia: «Será que Alma Rosé acreditava que a música poderia tornar os seres humanos melhores, mesmo aqueles monstros no campo de concentração? (...) Nunca o saberemos; sabemos apenas que se algum SS se ria ou fazia um julgamento durante uma actuação, ela parava a música, dizendo que não se podia tocar naquelas condições e nunca foi punida por isso».
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Referendos #4
Lobo lobo lobo! Habituados a falsos alarmes, já ninguém acreditava na honestidade de Pedro. É lobo, gritava o rapaz, para salvação de todos, mas deixaram-no morrer sozinho.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Referendos #3
Abraçados, corriam para o comboio europeu. Mas corriam a pé, de chinelo sonhador.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Referendos #2
Sim. Mas quem diz que sim tem de saber porque diz que sim, diziam os que diziam sim. O homem dizia que sim por gosto. Mas tiraram-lhe todo o paladar da boca.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Referendos #1
Procurava-se a modernidade como quem procura a felicidade. «É possível se todos acreditarmos. É possível».
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Enciclopédia (curta)
- Chinfrim : algazarra;
- Pandã: o mesmo que chinfrim, mas mais refinado;
- Fandã: pequena variação da anterior. Chinfrim mais bravo;
- Rodízio: circo, palhaçada. Como é que fizeste esse rodízio? ;
- Chavascal: barulho ;
- Chiqueiro: lugar imundo;
- Regueifa: fogaça;
continua..
[Paulo Ferreira]
- Pandã: o mesmo que chinfrim, mas mais refinado;
- Fandã: pequena variação da anterior. Chinfrim mais bravo;
- Rodízio: circo, palhaçada. Como é que fizeste esse rodízio? ;
- Chavascal: barulho ;
- Chiqueiro: lugar imundo;
- Regueifa: fogaça;
continua..
[Paulo Ferreira]
terça-feira, janeiro 23, 2007
segunda-feira, janeiro 22, 2007
O não-eleitor 4
Não votava, ponto, não queria mais conversas sobre o assunto. Porém, se insistissem muito para que se explicasse sobre aquilo que o levava ao silêncio, ele falava. Mas pouco.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
sábado, janeiro 20, 2007
O não-eleitor 3
Para que serve um parlamento, quando uma questão como a do aborto vem para a votação dos 100 melhores portugueses?
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
O não-eleitor 2
Aborto sim ou não talvez, qualquer coisa que diga que uma resposta pode alterar a ordem das coisas.
Mas nada rebenta, nada rebenta. Se ao menos me dessem uma granada.
[Paulo Ferreira]
Mas nada rebenta, nada rebenta. Se ao menos me dessem uma granada.
[Paulo Ferreira]
O não-eleitor
Nunca tinha votado, nunca tinha olhado para a política com olhos de quem pode transformar o mau em bom, o péssimo em óptimo. Chamavam-lhe frustrado mas ele não se importava.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
quinta-feira, janeiro 18, 2007
Erudição
Karkai, erudito, afirma não ver televisão. Nem um programa? «Nenhum!». Agora, apenas interpreta os astros, diz Karkai.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Coleccionismo II
Coleccionismo
Não perdi o sono por causa dos «Grandes Portugueses». E estas brincadeiras valem o que valem. Mas admito que é uma das melhores formas de recenseamento que já vi no nosso país, digna dos tempos prósperos de velho Marquês. À falta de meios e pessoas para conhecer Portugal, põe-se a televisão, e a massagem no ego que é poder votar no quer que seja, a trabalhar para a nossa apetência para rir de nós mesmos.
Um exemplo: gostaria de tentar encontrar as pessoas que puseram Maria do Carmo Seabra a meio da tabela. Não só é notável o número de pessoas que se devem ter lembrado de votar nela, como é ainda mais notável o número de pessoas que simplesmente se lembraram dela.
[João Carlos Silva]
Um exemplo: gostaria de tentar encontrar as pessoas que puseram Maria do Carmo Seabra a meio da tabela. Não só é notável o número de pessoas que se devem ter lembrado de votar nela, como é ainda mais notável o número de pessoas que simplesmente se lembraram dela.
[João Carlos Silva]
Trimalquião
Petrónio bem sabia que um homem rico, que expele ventosidades sonoras pelo ânus, não pode ser um bom líder.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Helena (de Menelau)
Dizer que a história dos troianos começou em mito não mais é do que fazer uma bela abordagem ao tema mulher.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Biografia literária
Francisco Rodrigues Lobo (Leiria, 1580 — Lisboa, 1622) morreu afogado no Rio Tejo.
[Paulo Ferreira]
Frente
Da frente para a frente, dos lados para a frente, das voltas, dos círculos para a frente, da alucinação para a frente, da obsessão para a frente, das frentes para a frente. Tudo na obra-prima-à-frente.
A frente é uma trincheira, uma nulidade insidiosa. O AMOR (poderia ser poema). A frente como sentimento não-pensante. Tu (pedra que não fura mas fere).
[Paulo Ferreira]
A frente é uma trincheira, uma nulidade insidiosa. O AMOR (poderia ser poema). A frente como sentimento não-pensante. Tu (pedra que não fura mas fere).
[Paulo Ferreira]
terça-feira, janeiro 16, 2007
Mãos ( breves notas)
1. Observando as mãos se compreende o vício. Por cima dos ossos, na pele, cai o fumo do prazer, da droga nicotina (alcatroada).
2. Observando as mãos se verifica que o cigarro tem a mesma capacidade de encarquilhar que o banho demorado.
3. Observando o que parece mas não é, as mãos, se compreende a erudição da não-vida, da morte. Lá está o livro, ou a sua marca nos dedos, a indicar que tantas falhas estão por suprir.
4. Através das mãos, ou da sua observação, se vê e se cega. O olhar é um autêntico não ter jeito para nada que vá para além do vago, do inseguro, da palavra-ideia.
[Paulo Ferreira]
2. Observando as mãos se verifica que o cigarro tem a mesma capacidade de encarquilhar que o banho demorado.
3. Observando o que parece mas não é, as mãos, se compreende a erudição da não-vida, da morte. Lá está o livro, ou a sua marca nos dedos, a indicar que tantas falhas estão por suprir.
4. Através das mãos, ou da sua observação, se vê e se cega. O olhar é um autêntico não ter jeito para nada que vá para além do vago, do inseguro, da palavra-ideia.
[Paulo Ferreira]
Loucura
Uma mulher, que se queixava do peso dos seus seios, foi ao médico pedir para que lhe fossem colocadas duas mãos nas suas paredes ondulantes. Uma loucura.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
O «anjo pornográfico» revisitado
A ler os pequenos contos de Luís Vernando Veríssimo no último Expresso, do dia 13. A ver se não lhe soará a algo familiar. Não tivesse já existido um Nelson Rodrigues e um Miguel Esteves Cardoso (inconfundíveis, respectivamente, na ficção e na crónica), eu diria que Veríssimo era ambos:
Justino. Todos o chamavam de «Justo». E ele era. Um homem sério, ponderado, um paradigma moral. Tanto que Gelson, um dos seus admiradores, toda vez que o via na rua, gritava:
- Paradigma! Paradigma!
[João Carlos Silva]
Justino. Todos o chamavam de «Justo». E ele era. Um homem sério, ponderado, um paradigma moral. Tanto que Gelson, um dos seus admiradores, toda vez que o via na rua, gritava:
- Paradigma! Paradigma!
[João Carlos Silva]
segunda-feira, janeiro 15, 2007
sábado, janeiro 13, 2007
Mal IV
«Sermos ignorância» é uma bonita forma de explicar às crianças que a culpa é dos genes, que, no fundo, o acto de nascer já é, em si, um acto falhado.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Mal III
O mal não é apenas resultado da vontade de bater, do ódio visceral. É também uma soma de ignorâncias que se vão acumulando e multiplicando, até se tornarem vida e corpo.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
sexta-feira, janeiro 12, 2007
Humor + metáfora = greguería
Quando a navalha do barbeiro apara a nuca, o cliente guarda um minuto de silêncio.
É na maneira de esmagar a beata no cinzeiro que se reconhecem as mulheres cruéis.
O cego mexe a sua bengala como se tirasse a temperatura à indiferença humana.
- Ramón Gómez de La Serna, Greguerías
[Paulo Ferreira]
É na maneira de esmagar a beata no cinzeiro que se reconhecem as mulheres cruéis.
O cego mexe a sua bengala como se tirasse a temperatura à indiferença humana.
- Ramón Gómez de La Serna, Greguerías
[Paulo Ferreira]
Amor quilométrico
Ela padecia de um amor anacrónico: Savonarola era todo o seu sentir.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Mal II
Quando saía à rua, vestia um impermeável, já que acreditava que a natureza do Homem era eminentemente má e, por conseguinte, contagiante.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Bilhete postal (versão «I wonder why»)
Poderias ter tido um pequeno mundo neste grandioso universo sentimental, mas preferiste um Golf Tdi equipado a la latagão.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Abelhas
Zunzum?, perguntou uma abelha a outra. Zunzum, respondeu a outra. O menino, que cheirava as flores, nem tempo teve para correr.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
«Giorgio loves Carolina»
Uma coisa: só deveriam escrever cartas de amor aqueles que as sabem escrever e esconder.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Falo
Não sabia o que significava «falo» e perguntou ao professor: falo, o que é? Apesar de ninguém lhe ter respondido, todos se riram. Certos lexemas levantam vontades.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
quarta-feira, janeiro 10, 2007
Jorge Costa e Aloísio
Grandes eram os amigos que faziam de parede contra exércitos de lata. Se João de Barros fosse deste tempo, provavelmente, colocaria os amigos no maravilhoso mundo da (imaginária) glória imperial portuguesa. Mas nem nos livros ficarão, nem sequer nos registos de contabilidade de um qualquer empregado de escritório. Vitórias contra exércitos de lata têm como resultado o esquecimento dos heróis.
[Paulo Ferreira]
Clássicos modernos #3
João Miguel Fernandes Jorge foi para mim, por muito tempo, apenas mais um nome de poeta português a ler em tempos próximos. Tempos próximos que foram sempre adiáveis, adiáveis, adiáveis. A espera foi negligente, até ter pegado em A Pequena Pátria, e descobri, num livro (de antologia, penso) que muito provavelmente nem será um dos melhores do poeta, mas que ainda assim reúne excelentes poemas de alguém que sabe escrever poesia, sem sombra das dúvidas. Miguel Esteves Cardoso dizia que João Miguel Fernandes Jorge era o melhor poeta português vivo. Pensei que era a amizade a falar mais alto. Mas não era.
Breve questão do ser português
António nunca chegou a triunfar.
Miguel foi banido. Pedro morreu
pleno de bondosa sabedoria.
Carlos assassinado e os jovens
príncipes pereceram
apesar de Manuel ter sido rei
dois anos lhe chegaram de experiência
fértil e clara.
Eis o teatro das acções humanas, a
vida portuguesa: um campo
de paixões
forças brutais
artes sem qualquer finalidade duradoira.
[João Carlos Silva]
Relógio
Não anda, o relógio. O tempo pára em momentos importantes, que acabam por não ser assim tão importantes, uma vez que não se dá a devida atenção àquilo que, apesar de ser tudo, acaba por ser nada. Só depois, no nada, no esgotamento dos segundos que já não restam, é que o tempo se move. Mas, aí, já é demasiado tarde.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Clássicos modernos #2
Philip Roth. É difícil parar de ler o homem. A dada altura, diz isto sobre a escrita: «It would be nice, particularly in the presence of the needy, to have pure disinterested motives like everybody else, but, alas, that isn't the job. The only patient being treated by the writer is himself.» (The Anatomy Lesson)
[João Carlos Silva]
terça-feira, janeiro 09, 2007
Ricardo Rocha
Mudou de penteado e achou-se bonito. Mas era quase tão feio quanto a palavra edredão. E limpava, e arrepiava e arreliava. Limpa! É minha! Golo para o adversário do pequeno figo.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Elliott Smith
Pac-pac foi a sua última canção. Nunca ninguém a ouviu mas ela estava lá. Pac-pac no boom-boom. Foi assim que a arma branca lhe bateu à porta. Pac no coração.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Simão Sabrosa
O rato corria que nem um louco atrás do queijo que sempre foge. Mas só tinha cassetes para mostrar no estrangeiro. E um peito esticado. O queijo sempre fugia. Sempre fugia. Adeus, que me embora vou, dizia por vezes o pitéu. Ai.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Costinha
Um goleiro não se conseguir fixar à linha de baliza, deixando a bola sempre redonda entrar, entrar e entrar. A culpa é do cigarro, que queima. Apre!
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Bandarilha
Já não sou quem era. Quem nunca fui, nunca serei. Mas é mentira, tudo mentira, porque sou quem era, um nunca ter sido.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Vida breve
Escreveu um livro, plantou uma árvore e fez um filho. Depois, foi viver a vida.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Trono
Um homem, que se queria casar com uma bonita rainha, teve azar na vida: foi morto por um rei.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
domingo, janeiro 07, 2007
Circulação
Um erudito do século XVII, Duarte Ribeiro de Macedo, diz-nos algo: A circulação de dinheiro no reino deveria ser como a circulação de sangue no corpo.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 12
No final, Cândido resigna-se a um mundo violento (ao lado da sua feia mulher).
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 11
Que prazer pode haver em nada apreciar? (Voltaire, Cândido ou O Optimismo)
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 10
Inglaterra. Choque com a gratuitidade da violência, com as loucuras da guerra entres ingleses e franceses.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 9
Ao dizer ao Padre barão que se deseja casar com a sua irmã, este revolta-se e Cândido vê-se obrigado a matá-lo.
O melhor dos homens levava três homens mortos. Dois deles eram padres.
[Paulo Ferreira]
O melhor dos homens levava três homens mortos. Dois deles eram padres.
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 7
Depois do terramoto (Lisboa, 1755), assiste-se a um Auto-da-fé. Pangloss é enforcado, Cândido é açoitado.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 6
Naufrágios. Mortos.
Pangloss: Se um universo existe, é necessariamente o melhor dos universos. (Voltaire, Cândido ou O Optimismo)
[Paulo Ferreira]
Pangloss: Se um universo existe, é necessariamente o melhor dos universos. (Voltaire, Cândido ou O Optimismo)
[Paulo Ferreira]
Conversa
Um amigo disse-me que nunca fui centro de conversas. Apesar de me ter parecido bom sinal, não fiquei contente.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
sábado, janeiro 06, 2007
Sobre optimismo 5
Na Holanda, Cândido pede esmola. O Barão Thunder-ten-Tronckh está na miséria. Os Búlgaros têm mau feitio.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 4
Visões de Cândido: miolos espalhados pelo chão, braços e pernas cortadas.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Sobre optimismo 2
Pangloss demonstrava que neste melhor dos mundos, o castelo do senhor Barão era o mais belo dos castelos.
Tendo tudo sido feito para um fim determinado, tudo se dirige para o melhor dos fins. (Voltaire, Cândido ou O Optimismo)
Cândido acreditava.
[Paulo Ferreira]
Tendo tudo sido feito para um fim determinado, tudo se dirige para o melhor dos fins. (Voltaire, Cândido ou O Optimismo)
Cândido acreditava.
[Paulo Ferreira]
Sobre prémios
Dr. House: Nobel invented dynamite. I won't accept his blood money.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
sexta-feira, janeiro 05, 2007
Disposição mental:
Na orla do boato político, da piada fácil, da insensibilidade literária.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Determinismo
Ele era um homem atinadinho, lendo os Renascentistas como mandam os sábios. Por descuido seu, ou ingenuidade típica da tenra idade, deixou-se dormir. Ao acordar, viu-se na idade moderna. «Ficarei por cá», disse, «evoluirei de novo».
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Proposta de manchete 24 Horas #2
Carolina Salgado comove-se: «No Calor da Noite tornei-me uma mulher fria»
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Proposta de manchete 24 Horas #1
Ana Gomes revela: «Há espiões anónimos a circular na Europa»
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Mesopotâmia
A propósito de um post com erro, um sabichão disse-me que fosse eu dar uma volta à Pérsia já que da Pérsia é o Irão e o Saddam foi executado na Mesopotâmia. Em país totalitário, já nem o direito ao erro está salvaguardado. Tenha vergonha, Sr. Bruno Alves.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
O cego
Ele lia tanto, mas tanto, que ficou cego. O estranho é que, depois de cego, ele acreditava ver mais do que os outros.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Leitura
Se perguntarem por mim, digam que estou com João Cabral de Melo Neto a vasculhar as pedras.
[Paulo Ferreira]
Craque
Acabado o treino, foi para casa. Encontrou a mulher na cama com outro. Fechou os olhos e, quando tudo apontava para que uma revolta se desse a mostrar, disse: «Há que levantar a cabeça.»
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
CTT
Foi pelo correio que recebeu o maior gesto amoroso da sua vida. Uma carta. Queres casar comigo? Foi, de igual modo, pelo correio que enviou a mais pesada das palavras. Sim.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Nota solta
Tinha uma única palavra escrita no caderinho preto: Florbela. Não relaciono com nada. A menos que seja Espanca. Mas, nesse caso, continuo a não relacionar com nada.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
História
Muitas vezes se tenta encontrar o que se esconde dentro da História que nos é contada pelos livros. Mas só se encontra ficção.
[Paulo Ferreira]
Jogador da bola
Marcava os cantos directamente para a baliza. Cuspia nos adversários. Gozava com os árbitros. Não corria. Pouco transpirava. No balneário, era o capitão. Chamava-se Leviatã e impunha respeito com os seus gritos públicos.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Poste
Abriu o vidro do carro e meteu a cabeça de fora para exprimir felicidade. Acabou com a referida cabeça a rolar no alcatrão (e com um poste a rir de maldade).
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Novela
Ana mudou de penteado para agradar a Manel. Infelizmente, Manel gostava pouco de mudanças e começou a afastar-se de Ana. Mas Ana amava tanto Manel que acrescentou umas folhas de papel ao seu cabelo, para retornar (metaforicamente) ao seu antigo penteado.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
quinta-feira, janeiro 04, 2007
Ver com os olhos
António Variações escreveu. David Fonseca cantou.
Já vejo com os meus olhos
Já vejo sem me deslumbrar
Já vejo as limitações
Já vejo com os meus olhos
Já vejo sem enganar
Perdi as ilusões
Conheço as limitações
- Humanos,Já Não Sou Quem Era
[Paulo Ferreira]
Já vejo com os meus olhos
Já vejo sem me deslumbrar
Já vejo as limitações
Já vejo com os meus olhos
Já vejo sem enganar
Perdi as ilusões
Conheço as limitações
- Humanos,Já Não Sou Quem Era
[Paulo Ferreira]
A causa das causas
O pensamento invadiu-lhe o dia a dia, em forma de sufoco: Zé Pistolas deixou a tropa e fez-se aos livros.
Sem pensar em mais nada, Zé prometeu desafiar os factos tal como nós os conhecemos. Ou seja, tornou-se historiador apenas para esclarecer ao mundo que Cristóvão Colombo, no fundo, não era mais do que um artista de variedades.
[João Carlos Silva]
Sem pensar em mais nada, Zé prometeu desafiar os factos tal como nós os conhecemos. Ou seja, tornou-se historiador apenas para esclarecer ao mundo que Cristóvão Colombo, no fundo, não era mais do que um artista de variedades.
[João Carlos Silva]
Rocco
Pela primeira vez ouvi falar de Mário Esteves. Permaneço, no entanto, sem saber de quem se trata. Mas isso sempre aconteceu em relação às minhas incursões pela pornografia.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Dacosta
Fernando Dacosta escreveu um livro, no qual se refere que Salazar nunca caiu da cadeira. Um grande poeta, está visto. Mais que visto. Ora essa.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Violão no Piauí
Questão existencial: Piauí, existe? Nelson Rodrigues não esclareceu.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
A causa da maquilhagem
Em Sobral de Monte Agraço, uma septuagenária sai revoltada do velório. «O morto está mesmo com cara de morto», gritava a mulher, resoluta, à porta da capela.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
A causa dos anos
Uma vénia a Guilherme Roesler e Henrique Fialho, por serem os primeiros a felicitar os aninhos deste blog quando nem eu, ultimamente meio perdido, me lembro.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
quarta-feira, janeiro 03, 2007
A causa das cordas
Aproveitando a época festiva, penduraram Saddam numa corda lá para os lados da Pérsia. Fizeram-no quase às escondidas, enquanto o comum ocidental comia a sua filhós. Ora, mesmo sendo um opositor algo decidido à pena de morte, não posso deixar de ignorar esta morte em específico, tal como se ignora o toiro que morre na arena. Justifica-se bem: há pessoas melhores em quem pensar.
[João Carlos Silva]
[João Carlos Silva]
Definir um país
Ele andava atrás delas como um bandarilheiro. Quando elas passavam, é toira linda, dizia ele.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Objectos
Ela dizia que estava gorda, mas continuava nos chocolates. Ela dizia que precisava de perder peso, mas o franguinho assado tirava-a do sério.
Vendo que nunca conseguiria abdicar dos seus prazeres da boca, ela tomou uma decisão: perderia peso no cérebro. Deixou de ler, deixou de pensar.
Embora desse à boca, parecia uma morta.
[Paulo Ferreira]
Vendo que nunca conseguiria abdicar dos seus prazeres da boca, ela tomou uma decisão: perderia peso no cérebro. Deixou de ler, deixou de pensar.
Embora desse à boca, parecia uma morta.
[Paulo Ferreira]
Estrume
O senhor André costuma dizer que somos ilhas rodeadas de estrume. O senhor André vende livros e conversa com os seus clientes sem dar um passo para onde quer que seja. O senhor André, para vender livros, não pode andar. Olha o estrume, cheira mal.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Gato miau
Ao gato deu o nome de Salazar.
Com medo do nome a si atribuído, o gato escondeu-se debaixo de uma cadeira. Para sempre.
As sete vidas eram para guardar.
[Paulo Ferreira]
Com medo do nome a si atribuído, o gato escondeu-se debaixo de uma cadeira. Para sempre.
As sete vidas eram para guardar.
[Paulo Ferreira]
terça-feira, janeiro 02, 2007
A lenda
Comecei a olhar para blogues quase ao mesmo tempo que comecei a acabar de ler os teus livros. Contigo aprendi que crustáceo decápode marítimo também pode ter o nome de lavagante. Essa foi, aliás, das maiores lições que recebi. Nunca me esquecerei do lavagante. Também não me esquecerei dos adeptos benfiquistas num avião e de muitas outras coisas cheias de piada. Já toda a gente te leu e comentou e tem doutoramentos à conta da tua obra. Parece que gostas de ser o MEC e que eles te gostam de chamar de MEC. São tão carinhosos, todos eles. Eu e o meu amigo, olha, nós roubámos-te o nome e ficámos a vomitar coisas para esta causa, que não é nenhuma. Confesso, no entanto, que me sinto humilhado por nunca me ter aplicado o suficiente para que o nome do teu livro aqui fizesse sentido. Com efeito, nunca vim para aqui com o objectivo de perder a cabeça, de ser sério, político, crítico, etc. Nunca me esforcei por este blogue. Nunca achei que valesse a pena vir para aqui publicitar tudo aquilo que sei em relação a, ou tudo aquilo que consigo escrever num determinado estilo. A literatura é mais do que isto. A propósito, devorei o Amor é Fodido há três anos. Dezanove anos, na altura. Logo se vê a razão da minha obsessão por certas coisas que envolvem camas. Não interessa. Antes vale colocar uma fotografia tua no meio do que escrevo, a ver se as gentes que aqui passam dão legitimidade a este pardieiro.
[Paulo Ferreira]
Agradecimento
Também Hernrique Fialho já nos deu os parabéns. Assim, não vale a pena guardar a festa e o choro para daqui a uns dias. O Causa das Coisas faz um ano de vida. Comprem as prendinhas e essas coisas todas, que isto é tudo pessoal carenciado.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Ano velho, Ano velho
A 31 de Dezembro, um comprimido de Ibuprofen foi tomado por este que agora vos escreve. Um dia depois, outro Ibuprofen foi tomado. Hoje, ainda me senti tentado. Talvez amanhã, ou noutro dia qualquer, volte aos duzentos miligramas.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
Um ano de existência menos uns dias
Guilherme Roesler, do Gazeta Cultural, deu os parabéns antecipados a este pequeno espaço. Aqui fica um especial agradecimento a este nosso leitor.
[Paulo Ferreira]
segunda-feira, janeiro 01, 2007
2007 - Desejo
Ele queria escrever um livro que mandasse o seu país à merda. Melhor: ele tinha um livro escrito, pronto a publicar, e tinha uma grande vontade de mandar os habitantes do seu país à merda.
[Paulo Ferreira]
[Paulo Ferreira]
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