terça-feira, setembro 18, 2007

A voz

Esta foi a tradução que alguém com muita simpatia me fez nesta revista:

Quería escribir una carta, pero como el tiempo ya no estaba para eso, tomó el teléfono y marcó un número.

Se olvidó, quizá, que era un sujeto muy tímido. Nunca conseguiría decir aquello que debería ser escrito y remitido por correo.
—Hola— se oyó. No consiguió decir nada. Apenas un largo silencio salió de su boca.

Añoraba más, al mismo tiempo, se sentía vencido por el tiempo y la distancia. —Hola— No habló. Y la idea de una carta no avanzó. Y el corazón latió cada vez más, hasta parar.




E o original:

Queria escrever uma carta mas, como o tempo já não estava para isso, pegou no telefone e marcou um número. Lembrou-se, porém, de que era um sujeito muito tímido. Nunca conseguiria dizer aquilo que deveria ser escrito e remetido por correio. «Estou?», ouviu-se. Nada conseguiu dizer. Apenas um longo silêncio saiu da sua boca. Estava com saudades mas, ao mesmo tempo, sentia-se vencido pelo tempo e pela distância. «Estou?» Não falou. E a ideia de uma carta não foi para a frente. E o coração bateu sempre cada vez mais, até parar.

[Paulo Ferreira]

Sem comentários: