quinta-feira, dezembro 11, 2008

Influenza



Os últimos dias tenho-os passado inteiramente dedicado a um «caso» com uma senhora descendente de espanhóis: a gripe. Ou pelo menos assim o parece, pela maneira como se agarrou a mim e não quer sair. O cérebro fica lento e preguiçoso, o corpo fica torpe e envelhecido, o espírito fica bem debilitado e escondido debaixo da pilha de lenços de papel usados. Provavelmente dir-me-ão que é normal, mas a verdade é que já estou farto dela como se tratasse de um familiar que, desde que nasci, me visita algumas vezes por ano e, de uma forma realmente irritante, não me deixa trabalhar enquanto cá está. Embora nunca chegasse a ter asma, em pequeno cheguei a estar algumas vezes com os pés para a cova. Como prémio de sobrevivência, ganhei a capacidade de me tornar num verdadeiro instrumento meteorológico infalível na detecção de mudanças climatéricas. Em suma, se eu fosse Aquiles, o sistema respiratório seria o meu calcanhar. E a prima espanhola, a «influenza», sabe-o.

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