sábado, abril 21, 2007

Fanatismo

Com o jornal Público de 17 de Abril, um excelente livrinho de Amos Oz veio atrás. Contra o Fanatismo (How to Cure a Fanatic, no original, com um título menos desengraçado) traz três ensaios muito inteligentes sobre o conflito. Não só sobre a guerra israelo-palestiniana e a irresolução do problema, mas sobre os próprios conflitos entre as pessoas. Sobre o espaço de cada um de nós. Não demasiado original nas propostas, mas muito sensato na compreensão dos homens. Em suma, a visão de um escritor sobre a vida em Israel. Merece a leitura. Fica um dos muitos excertos memoráveis:

«Com muita frequência, os Árabes, inclusive alguns escritores árabes com sensibilidade, não conseguem ver-nos - a nós, Judeus Israelitas - como realmente somos: um punhado de refugiados e sobreviventes meio histéricos, perseguidos por pesadelos horríveis, traumatizados não só pela Europa como também pelo tratamento recebido nos países árabes e islâmicos. Metade da população de Israel é constituída por gente empurrada de países árabes e islâmicos. Israel é, de facto, um imenso campo de refugiados judeus. Metade dos Judeus são, na realidade, refugiados de países árabes.»

[João Carlos Silva]

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