sexta-feira, maio 30, 2008

O cativeiro



Alexander Soljenitsin, em Um Dia na Vida de Ivan Denisovich, relata um episódio em que os prisioneiros de um gulag só tinham direito a escrever duas cartas por ano. Duas cartas, apenas e só.
Para alguém que tivesse família cá fora, haverá maior tortura? É a «obrigação» de esquecer os outros, de esquecer o mundo conhecido, aquilo que os burocratas e os guardas soviéticos queriam inculcar. O sofrimento é humano, mas não haverá nada mais cruel, e que traga mais sofrimento, do que conseguir acabar com a própria humanidade de um homem, fazer dele um animal e tirar-lhe tudo aquilo pelo qual ele poderia sofrer.

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