sexta-feira, julho 14, 2006

As cadeiras

A minha atracção por cafés «semi-vazios» voltou, agora que o Mundial (infelizmente, por outro lado) acabou. Já voltou a ser possível chegar a qualquer hora do dia ao café da rua, do fim da rua, ou da esquina, e escolher uma mesa decente para me sentar - com as distâncias bem medidas, para que seja possível, com igual facilidade, gritar e arreliar o dono do café e atirar as beatas para a rua num jeitinho de dedos à taberneiro.
Com as vagas de calor e com uma antipatia muito pessoal em relação à praia, o snack-bar ou o café voltam a ser obrigatórios para alguns fins de tardes dedicados a livros, folhas e canetas. Especialmente porque, no dia em que o francês deu uma cabeçada ao italiano e em que Blatter nos deu uma cabeçada a todos nós, acabou (nos cafés) aquela dança das cadeiras que mais parecia a tomada de posse de um governo do PS.

[João Carlos Silva]