quinta-feira, julho 30, 2009

No leitor de DVD



A primeira temporada de In Treatment. A melhor série que vejo desde The Wire. E das mais bem escritas de sempre em diálogos e profundidade das personagens.

quarta-feira, julho 22, 2009

Billy Bob & Jon Heder



DR.P (BILLY BOB THORNTON) - How many of you have self-help books? Okay, that's your first problem. You can't help yourself, because your «self» sucks!

School for Scoundrels (2006), realizado por Todd Phillips

sexta-feira, julho 17, 2009

6

Os meus parabéns ao Bruno e ao seu Desesperada Esperança, que completa seis anos de cepticismo.

quinta-feira, julho 16, 2009

In The Valley Of Elah



Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) conta a história de David e Golias ao filho da Detective Emily Sanders (Charlize Theron):

HANK - And you want to know how he beat him?

DAVID - How?

HANK - The first thing David had to fight was his own fear. He beat that, he beat Goliath. Because when Goliath came running, David planted his feet, took aim and waited. You know how uch courage that took? Just a few more steps and Goliath would've crushed him. Then he let fly with that rock. That's how you fight monsters. You lure them in close to you, you look them in the eye... you smack them down.

DAVID - You fight a lot of monsters?

HANK - Yeah.

DAVID - You win?

HANK - If I didn't, I'd have been crushed, right?

DAVID - Yeah.

HANK - Okay, then. Good night.

Estatísticas

A propósito do último artigo, uma frase que ouvi por aí:

«As estatísticas são como o biquíni: o que revelam é interessante, mas o que ocultam é essencial.»

- Roberto Campos (1917-2001), economista e ministro brasileiro nos anos 60

O morto continua morto



As estatísticas, originalmente um instrumento crucial para as políticas à escala nacional, tornaram-se, no modelo actual da democracia, numa mera forma, mais civilizada, de atirar areia aos olhos das pessoas através de uma espécie de «milagre dos números».

Em The Wire (Sob Escuta na versão portuguesa), série americana cuja acção se passa em Baltimore, um dos grandes temas é a incapacidade das instituições, serviços e da própria sociedade em dar resposta às verdadeiras necessidades das pessoas, e em especial daquelas, refere o criador da série David Simon, «de quem não se precisa». E isto não acontece, necessariamente, porque não se tem meios e se falha tentando. Mas sim porque, com o objectivo de salvarem a sua própria pele, as chefias e principais responsáveis por cada instituição (seja um departamento de polícia, seja uma escola) – quase sempre responsáveis políticos – escolhem sempre adiar a resolução dos verdadeiros problemas, e por vezes até adiar o reconhecimento destes, com objectivos eleitorais ou de promoção.

A expressão que uma das personagens da série usa para descrever isto é «juking the stats». Ou seja, numa tradução mais livre, a «manipulação das estatísticas». A personagem em questão, um polícia tornado professor liceal, compara a necessidade que as escolas têm de apresentar resultados estatísticos com a mesma necessidade presente no seu antigo departamento de polícia. Diz ele que se se transformarem «roubos» ou «extorsões» em meras «apropriações indevidas» e se se fizerem as «violações desaparecerem», então os «majores tornam-se coronéis». A mesma coisa na escola: com ordens de cima, foca-se o ensino numa disciplina particular que possa fazer subir a média geral, para que a escola possa ficar bem classificada e, assim, eventualmente, receber mais financiamento e mais crédito.

O exercício tem sido o mesmo em relação aos exames do ensino secundário e do básico em Portugal, mas também no próprio conteúdo dos programas de ensino. Ou seja, baixam-se as exigências, aperta-se o cerco em redor dos professores e as directivas políticas (repito, políticas) poderão fluir livremente, com todos a cumprir, de forma ordeira, as metas delegadas de «cima para baixo»: conseguir notas mais altas. Como resumiu Daniel Bessa no Expresso de 4 de Julho: «”Este ano, a média subiu”: não significa nada senão que, presumivelmente, o grau de exigência baixou». Ora, ao conseguir melhores notas desta forma, a educação não melhora. O que acontece é que as falhas, as debilidades e a pesada herança do analfabetismo (mesmo daqueles analfabetos que acham que sabem ler, escrever e pensar) vão passando de geração em geração até que alguém resolva sacrificar-se para as resolver. Ou não tenha outro remédio senão fazê-lo. Tal como a dívida externa e o défice orçamental.

Mas a brincadeira, ou o «milagre», das estatísticas tem-se estendido às mais diversas áreas da sociedade portuguesa. As quotas máximas de alunos que podem ter apoio escolar especial por dificuldades de aprendizagem, já que um número elevado destes mancharia certamente a imagem de Portugal como sendo um país de génios à partida, ou pelo menos geneticamente preparados para o mercado europeu. O inacreditável malabarismo com os números das mortes na estrada, que descobri numa reportagem recente, em que um porta-voz da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados revelava que, em acidentes de viação, as vítimas que morressem na ambulância ou no hospital já não eram contabilizadas como «mortes na estrada». As acções policiais aleatórias na estrada ou em casas particulares à procura de alguém com um pouco de álcool no sangue ou de um qualquer desgraçado com um pacote de drogas leves no quarto – como se isso mudasse algo no mercado e no «mundo da droga». Enfim, os próprios Centros de Novas Oportunidades, que, por muito bonito que possa parecer dar diplomas a quem os merece através do trabalho, mais não é do que uma forma do governo português mostrar números a Bruxelas e talvez receber mais uns empréstimos para financiamento.

Em muitos aspectos, a série que referi – The Wire / Sob Escuta – toca em feridas que estão bem abertas em Portugal. Nos últimos anos, o nosso país tem andado, em grande parte, a reboque de políticas executivas que mais não fazem do que melhorar o aspecto geral de toda esta tragédia de maneira que possamos ser vistos como um país da «primeira divisão» (perdoem-me a contagiante metáfora desportiva) enquanto os problemas continuam lá, debaixo de toda a maquilhagem. Um pouco como num velório, onde o defunto surge maquilhado e vestido com o seu melhor fato. Mas, por muito que se queira fingir que assim não é, o morto continua morto.


(Publicado no Setúbal na Rede, 16 de Julho de 2009)

segunda-feira, julho 13, 2009

Os partidos, o Estado e os empregos



Esta expansão conjuntural do PSP [Partido Socialista Português] demonstra bem a fraqueza estrutural dos partidos em Portugal. Estes só cresciam quando encostados ao Estado. Num país com um desemprego endémico, a coisa mais aliciante que um partido tinha para oferecer era um emprego. E isso só se podia fazer do governo. Durante os anos da República, em parte por esta razão, o sector terciário cresceu anormalmente. Cada vez que uma «clique» chegava ao poder, havia «saneamento» e, paralelamente, um acréscimo de pessoal nos Ministérios.

Maria Filomena Mónica, O Movimento Socialista em Portugal (1875-1934)

A ler

No Los Angeles Times, uma reportagem sobre uma criança de 6 anos que desenvolveu, desde os 2 anos ou menos, uma esquizofrenia muito grave. Um sinal de que as doenças mentais não são, necessariamente, «fruto da sociedade», mas algo muito mais complexo. Por outro lado, é uma história triste que, provavelmente, acabará também de forma triste, fim a que não será alheia a falta de vontade de muitas instituições em fazer o seu trabalho e tentar ajudar os pais.

Hard Candy



Um filme perturbador. Ellen Page é, como sempre, convincente e imprevisível. Mas também surpreendentemente assustadora.

domingo, julho 12, 2009

Ellen Page



Definitivamente uma das minhas actrizes favoritas do momento. Ninguém vi ninguém, tão novo, combinar de forma perfeita um ar doce, motivações maliciosas e sarcasmo na mesma personagem. Estejam atentos que esta jovem pode mesmo vir a ser uma grande, grande actriz.

sexta-feira, julho 10, 2009

Um «pedaço» de civilização

Lido no Lóbi do Chá:

(...) Como sabem, eu não estive na Segunda Guerra Mundial, mas aposto que o ambiente hospitalar, entre bombardeamentos, andava muito perto do British Hospital em Campo de Ourique. Luzes baixas e um sossego que se adivinha efémero.

Agora o hospital vai de vez para as Torres de Lisboa, onde não pode manter o estilo. É o fim daquele pedaço de Reino Unido.

Combater o fogo com o fogo



Aparentemente, já há quinze feridos e um morto nas festas de Pamplona. Embora pessoalmente dispense, não sou contra as touradas nem contra os eventos habituais que envolvam touros. No entanto, sou um adepto da igualdade de oportunidades. Em tudo mas, também, nas touradas e largadas. Ora, se contam enfrentar um touro e, normalmente, espetar-lhe farpas, cortar orelhas e enterrar espadas no lombo, então defendo que se deve estar preparado para, eventualmente, aguentar os golpes do adversário. Como no boxe, digamos.

Se morreu alguém em Pamplona, não fico contente. Mas não posso deixar de dar uma palmadinha mental nas costas (ou no lombo) do touro, por saber vingar-se e combater o fogo com o fogo. Em relação aos toureiros amadores que povoam as ruas de Pamplona, só me lembro de uma entrevista a Jesse Hughes, o vocalista da banda (aliás, uma das minhas preferidas actualmente) Eagles of Death Metal que é membro da NRA - National Rifles Association. Diz Hughes na entrevista que não gosta e não vai à caça porque, apesar de adorar armas, não dispara contra algo ou alguém «que não possa disparar de volta» porque «isso não é justo». Não sei se Hughes estava a brincar ou não, mas é algo com o qual concordo e que, no caso de Pamplona, se aplica na perfeição.

A ler

José Pacheco Pereira, e o que escreveu a 6 de Julho no Abrupto sobre as reacções ao seu novo programa Ponto Contraponto:

«O programa da SICN foi recebido por ameaças de queixa à ERC, apelos directos e sem qualquer disfarce à sua censura e proibição, e, acima de tudo, uma chuva de insultos pessoais e ataques de todo o tipo, alguns ainda nem sequer começara a emissão. Esta lista dá uma ideia do tom e do estilo: "cínico, idiota e, mais ainda, perverso", "Cónego da Marmeleira", "Diácono Remédios", "censor", "Ego trip ponto contra ponto" , "facciosismo, " "falta-lhe carácter. Ou melhor, falta-lhe virtude.", "filósofo-rei da Marmeleira", "hiperventilar de lutas antigas","inestética masturbação do imenso ego do protagonista," "mal reciclado em ‘grande educador da classe média’", "manipulador cínico, sem pinga de respeito pelos seus interlocutores", "Maquiavel de pacotilha", "Manuela Moura Guedes da SIC", "primarismo bélico", "pulsão quase-libidinal", "putativo papel de provedor da imprensa na SIC Notícias", "soltar o pequeno taxista que há em todos nós", "superficialidade e ignorância", "tende a molestar a riqueza intelectual da análise e colide com as próprias tentativas de conversão", "um programa televisivo de propaganda mal disfarçada e de pouca qualidade", "crítico em estado pré-terminal", "bebeu em Pequim o conceito de liberdade de imprensa","o ideólogo idiota útil dos interesses lisboetas", "quem julga que fala com burros embrutece o debate", "um esforço patético de condicionamento dos media", "grande inquisidor do país", etc., etc. Tudo isto se encontra em jornais, nos blogues e no Twitter. Os seus autores são jornalistas, profissionais de empresas de comunicação e marketing, candidatos a jornalistas e candidatos a políticos, assessores do governo, uns com nome, outros com pseudónimo. Todos dão um excelente exemplo do grau de decência com que hoje se vive na comunicação e na política e da incontida raiva que os povoa. Não me surpreendi, porque sei do que algumas casas gastam.

Não me cabe falar de méritos ou deméritos do Ponto Contraponto, mas de uma coisa tenho a certeza: tocou num nervo muito sensível. E, enquanto durar, vai continuar a tocar.
»

Em relação ao conteúdo do post de JPP, apenas tenho uma coisa a acrescentar. Que, por acaso (embora não acredite que seja um «acaso» nesta situação), mais não é do que concordar duplamente com JPP quando ele diz que não se surpreende. Eu também, tendo em conta o estado moral e de prioridades do jornalismo nos dias que correm, não me surpreendo. Não me surpreendo mesmo.

Jesus Cristo de fato e gravata

Hoje ao almoço, no jornal da SIC, um senhor cego - ou invisual, como se diz agora - cumpre a sua função, e aparentemente bem, enquanto massagista, apesar do que poderia ser, à partida, um obstáculo. No entanto, há algo que ele diz que, na verdade, não me deixa conter um sorriso. Diz então o senhor que «tem esperança» agora que Obama foi eleito. Para minimizar o meu espanto, ele explica a razão logo de seguida: Barack Obama prometeu, no emaranhado das suas mil promessas, financiar mais a investigação na área das células estaminais, visando, entre outras coisas, descobrir uma ou mais curas para as diferentes cegueiras existentes.

A explicação para a «esperança» deste massagista foi prontamente explicada. Cientificamente. Mas, para quem, como eu, ainda continua céptico em relação a Obama, como em relação a qualquer Presidente consensual - malditos cínicos! -, essa «esperança» não deixa de evocar outros sentimentos mais profundos e irracionais, do domínio do transcendental, que bem que surgiram na altura da campanha presidencial nos Estados Unidos. Por momentos, receei mesmo que este massagista português acreditasse que Obama era tão bom, tão bom, que, tal qual Jesus Cristo de fato e gravata, atravessasse o rio Potomac descalço sobre a água e curasse a cegueira com o seu toque.

quinta-feira, julho 09, 2009

Victor Cunha Rego

Victor Cunha Rego não é um dos meus cronistas favoritos. De todo. O tom de Cunha Rego é muito mais suave do que o mínimo por mim exigido para se poder, realmente e decididamente, discordar de algo. Não que se deva ser sempre ácido ou apontar para o sarcasmo forçado, que acaba sempre na graçola fácil, tão banal nos dias que correm. Mas por vezes é essencial lançarmo-nos de cabeça na crítica, comprometermo-nos a sério, e Cunha Rego, talvez por hesitação, talvez por estilo, chegava mesmo a ser imperceptível em algumas questões, tal era a sua brandura.

Por outro lado, é uma voz crítica importante. Falecido em 2000, Victor Cunha Rego deixou no mercado, justamente no ano anterior, 1999, um livro que reúne muitos dos seus artigos escritos no Diário de Notícias entre 1992 e 1999, data em que saiu. Os Dias de Amanhã demonstram bem a importância de haver uma voz de esquerda que seja igualmente capaz de criticar a lógica de mercado (de forma previsível) como os partidos e políticas de orientação socialista (de forma saudável). Cunha Rego, ele próprio um socialista, ou ex-socialista, que ajudou a fundar o Partido Socialista em Portugal e chegou mesmo a ser compagnon de route de Mário Soares, conseguiu distanciar-se do centro ideológico e partidário. Ou seja, conseguiu ser (ou continuar a ser) um jornalista sem nunca ter deixado de ser um socialista e, usando da palavra sem qualquer desrespeito, um político. Ao contrário da suposta ética que por aí reina nas novas «escolas» do jornalismo, esta relação directa e pessoal entre política e jornalismo é possível e até saudável para a capacidade crítica do próprio leitor, se houver honestidade e transparência.

Os anos de Guterres são o grande alvo de Victor Cunha Rego nestes seus anos do Diário de Notícias. Compreensível, claro, se tivermos em conta que são os anos da «governação de Guterres», mas louváveis porque vão além das críticas que a esquerda faz aos governos: não ser «suficientemente de esquerda». Cunha Rego critica as incompatibilidades de Guterres (discordo da oposição entre ser socialista e ser católico), as políticas fiscais, a posição política do governo, a relação entre Guterres e o PS. Mas discorre também sobre Cavaco, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, Ferreira do Amaral e outras figuras gradas do PSD. Não concordo a maior parte das vezes, mas o facto de o poder ler sem me rir ou sem me irritar só demonstra o quão importante ele era, e a falta de qualidade da maior parte dos cronistas à esquerda do PSD nos dias que correm.

Porque é que valia a pena lê-lo? A resposta dá-a ele mesmo, resumindo em boa parte o seu estilo de cronista: «Porque não abdicamos das revoltas relativas. Cépticos sim. Indiferentes não».

quarta-feira, julho 08, 2009

Da vida em sociedade



Em The Corner, o viciado em heroína Gary McCullough olha para uma enorme panela cheia de caranguejos vivos. Resume muita da mecânica das sociedades humanas:

GARY: See that?

CARDY: See what?

GARY: The minute one of them tries to break free... the others just snatch him right back down.

CARDY: What are you talking about, man? The crabs?

GARY: All of them. In that mess together, all of them... just thinking about themselves. If they get to thinking... they might see that they gonna rise or fall together.

CARDY: You sound like you're preaching, Gary. They're just crabs, is all, man.

GARY: All i'm saying is that when i had it, i shared it. I shared it with my family, i shared it with my friends, i shared it with those people in the neighbourhood who came around with their hard-luck stories. All i'm saying, Cardy, is that when i had it, i shared it. But you know how people treated me? Like one of those top-of-the-barrel crabs. Coz' when i was ready to make my move, they snatched me right back down!

CARDY: Come on Gary, people was proud of you, man. Your folks were always talking about how smart you was, and how hardworking you was.

GARY: They were talking about how much money i had, how much money i was making. But there wasn't no real pride. There wasn't no real love. I thought, when i fell... that people would like me more... for being like them.



- The Corner, Episódio 4 - «Dope Fiend's Blues»

A ler

O certeiro artigo do Bruno. Fica um excerto:

(...) Os momentos finais da decadência de um regime são aqueles que se tornam mais caóticos. Como dizem os americanos, all bets are off: a anarquia instala-se, e ninguém tem controlo sobre o que se passa. Os dias de “fim de regime” são os mais violentos. É claro que os próximos meses não vão trazer uma revolução, e duvido que os militantes do PS se envolvam em confrontos nas ruas com elementos da oposição. Afinal, Portugal não é Teerão, e a rapaziada dos partidos aprecia tanto a dependência estatal que nem para andarem à pancada têm um mínimo de iniciativa.

Mas, se é verdade que não vai haver sangue na campanha, vai haver muita “sujeira”, como dizem os nossos amigos brasileiros. Vai haver muita mentira, muitas acusações mútuas, muita demagogia. O PS não hesitará em deturpar a mensagem eleitoral do PSD, e Manuela Ferreira Leite e os restantes responsáveis do PSD dificilmente deixarão de responder agressivamente. O desespero dos militantes socialistas, temendo perder os “empregos” que o poder traz consigo, fará com que o Estado, nas mãos do PS, seja usado como instrumento de campanha, o que levará o PSD (e os outros partidos), a radicalizarem (com toda a razão) a sua retórica anti-socialista. E o envolvimento de Sócrates em casos judiciais pouco abonatórios da sua pessoa não vão contribuir muito para pacificar o ambiente. (...)

No leitor de DVD



The Corner (2000), série criada por David Simon a partir do livro homónimo, e realizada pelo actor e realizador Charles S. Dutton.

Os verdadeiros culpados

No Público:

Foi a primeira surpresa do dia em que foram conhecidos os resultados dos exames nacionais do Secundário. “Menos investimento, menos trabalho e menos estudo” do lado dos alunos, comentou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, a propósito dos resultados no exame de Matemática A, realizado por 38.303 estudantes.

A média dos alunos internos (os que frequentam as aulas todo o ano lectivo, que são a maioria) desceu de 14 para 11,7 e a percentagem de retenções mais do que duplicou (de sete para 15 por cento), o que, segundo a ministra, se deve à difusão, pela comunicação social, “da ideia de que os exames eram fáceis”.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado Valter Lemos alargou o leque de responsáveis, juntando a Sociedade Portuguesa de Matemática e “partidos e pessoas com responsabilidades políticas”. “É um desincentivo ao estudo e ao trabalho”, sublinhou.


Hoje, quando li isto, não sabia se havia de rir se respirar bem fundo para não me irritar. Não sei se será cliché, mas por vezes parece-me que cada vez que este governo se «manifesta», seja de que forma for, entro num sketch dos Monty Python.