Fico realmente desconfiado quando vejo escritores largarem numa entrevista, pelo meio de muitas outras palavras, a maior frase feita desse meio: «preciso de escrever». É de desconfiar disto, sobretudo quando é acompanhada por «escrever para mim é como respirar» ou «não vivo sem escrever». Tudo bem, compreende-se a necessidade de criar, de registar o que se pensa e até mesmo - porque é a meta última de qualquer sujeito que escreva - de publicar. Mas não me parece que escrever seja «como respirar», nem tão importante na vida de alguém como, sei lá, as pessoas que lhe são próximas. Nem para um escritor. Eu, por exemplo, ainda que não seja um escritor, tenho fases em que não sai uma única palavra. Por desinspiração? Melhor: por preguiça.
sexta-feira, abril 03, 2009
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2 comentários:
E você nunca escreveu para agitar a malta.
para avisar a malta
ou só escreve para ser escritor
como todos os boiolas ,menos o Pacheco e o Cesariny,que andam na praça ,mercado de vaidades.
Caro Anónimo,
Não tome o post como algo contra os escritores, seja qual for a motivação. Pelo contrário. Os que mais respeito são aqueles que escrevem para a mulher que amam. Aliás, pode-se fazer uma carreira inteira a escrever para a mulher que se perdeu, que se deixou fugir. Ou, quem sabe, no caso dos «boiolas» que avista algures, para o homem que se deixou fugir.
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