segunda-feira, julho 16, 2007

Partidos de baixo nível

Se dúvidas tinham quanto ao carácter mais do que «estalínico» do PS de José Sócrates, ontem ficou a evidência maior: a campanha de António Costa. Primeiro: os jornalistas encontraram no Hotel Altis alguns militantes bastante peculiares a apoiar Costa, ou seja, velhotes de aldeias que, convidados para estar ali aquela hora naquele dia, não sabiam no entanto ao que iam, literalmente. Segundo: quando Helena Roseta (que, pela sua oposição descarada ao governo e ao seu partido, passou a ser objecto da minha simpatia) fazia o discurso final, o PS voltou a repetir a proeza e mandou António Costa para o palanque, para interromper a senhora, e se não bastava ser Costa o vencedor para convencer as televisões (a dar-lhe o tempo de antena abruptamente), o Primeiro-Ministro ainda deu a cara (sem vergonha) por aquela atitude.

Há partidos que, simplesmente, nem merecem existir. E, depois da nojeira de ontem, ainda menos menos direito concedo, ao PS, para essa existência.

[João Carlos Silva]

3 comentários:

António disse...

Olá João

Compreendo a tua revolta face aquilo que aconteceu nesta campanha, mas ainda assim, penso que não deves confundir as pessoas com os partidos. O PS de hoje pode não merecer existir devido à fuga constante da ideologia base socialista, mas a falta de carácter de algumas pessoas que o compõem não justificam que um partido deixe de existir.

Abraço

João Carlos Santana da Silva disse...

Caro António,

De facto, foi uma reacção desbocada... Mas o desprezo que tenho, cada vez mais, para com uma boa parte dos «dirigentes» e até mesmo dos militantes socialistas baseia-se no branqueamento destas atitudes anti-democráticas e de «baixa» política, baseadas na mentira e na chantagem. Não tenho nada a ver com a ideologia de quem está naquele partido, não me poderia chatear por nada do que lá se passasse. Agora dizer que está tudo bem, quando não está, fica sempre mal.

Um abraço

António disse...

Também é verdade o que dizes. A diferença é que eu não os vejo como socialistas convictos, mas como oportunistas que se serviram do partido para se projectarem politicamente. É cada vez mais evidente que as tais atitudes anti-democráticas que referes são medidas que nem sequer passaram pelo julgamento do partido, pois esse não tem força para julgar o que quer que seja. Se não há oposição dentro do partido e se a oposição externa é fraca, isto só podia dar em absolutismo e todo o mal que dele emana.