sexta-feira, junho 15, 2007

Sobre barões trepadores



Reconheço. Calvino era mais um nome perdido pelo meio das filas de autores por ler. Autores, sobretudo, por comprar - parte crítica do vício dos livros na vida de um Zé Ninguém. Era-me relativamente desconhecido, até eu ler O Barão Trepador, a um preço mais acessível. Se pudesse gastar mais dinheiro num romance como deve ser, seria, provavelmente, a partir de agora, num de Calvino. Poucas vezes tenho oportunidade de ler um romance simultaneamente inteligente, trágico, bonito («bonito» é feio?), que me faça rir, e que me faça perder, verdadeiramente, a noção das horas. Há um par de anos descobri Dormir ao Sol, livro injustamente mais obscuro de Bioy Casares. Agora, Calvino. O Barão Trepador levou-me tempo a ler. Mas isso porque não queria acabar. Infelizmente, já acabei.

[João Carlos Silva]

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