sábado, julho 21, 2007

Work in Progress



Até agora, um excelente livro. Uma obra-prima de História do ponto de vista de uma protagonista.

[João Carlos Silva]

3 comentários:

Anónimo disse...

E agora, Fialho? Tendo lido vários protagonistas acusarem à mesma obra várias imprecisões, manipulações de carácter, incorrecções históricas declaradas, fico na dúvida sobre quais dos protagonistas terão pontos de vista mais de acordo com a História ela mesma. Se calhar a História é isso mesmo, uma salada de pontos de vista contraditórios. Fique claro que me estou nas tintas para a opinião da Zita sobre o PC, assim como para a opinião do PC sobre a Zita. O meu alvo é o livro, que não lerei por me cheirar demasiado a «Eu, Carolina».

manuel a. domingos disse...

estou com o Fialho!

João Carlos Santana da Silva disse...

Caros Henrique Fialho e manuel a. domingos,

Não sei se o livro («Foi Assim») tem algo a ver com o «Eu Carolina», coisa esta que até tenho dúvidas quando digo que é um livro. Mas é, de facto, uma coisa muito pessoal. Não é escrito de forma magistral - nem de perto nem de longe - nem traz grandes novidades sobre seja o que for. É, até, um livro muito parecido com um diário em alguns pontos. Mas é um livro essencial para ter uma ideia mais clara sobre muitos aspectos do funcionamento do PCP, não só a um nível geral e nacional mas sobretudo nas pequenas coisas quotidianas. Não é «O livro», mas é um dos livros mais importantes dos últimos anos sobre o PCP, mesmo que desta forma muito pessoal.

Não é uma obra de estudo de muitos anos, é uma obra autobiográfica, e estas obras valem o que valem. Valem por si. Eu estou a gostar muito. Não é uma declaração de guerra ao PCP, nem ao Comité Central, nem a algumas figuras do Partido, nem a Cunhal. Rancores à parte (o que lá vai, lá vai), parece-me que Zita Seabra faz uma análise normal de quem se desiludiu com algo, sem, no entanto, se arrepender de todos aqueles anos de «luta».

Quantos aos «protagonistas» de que fala, Henrique, pelo que calculo talvez tenham tanta autoridade para criticar a «traidora» Zita como a própria Zita, que esteve ela mesma na clandestinidade, a tem para falar abertamente do passado. A admiração por Cunhal, Carlos Brito e outros, apesar de tudo, não falta no livro. É de ler...

Um abraço.