Se eu casasse com a filha da minha lavadeira talvez fosse feliz, recitou o psiquiatra em voz alta, olhando o sujeito que emitia pela boca aberta os ruídos de fervura com que as pessoas de dentaduras postiças bebem o café demasiado quente: Quando eu tiver a idade dele comerei beijos como quem come sopa, e palitarei as gengivas no fim para extrair dos molares restos incómodos de ternura; e talvez uma rapariga como esta se interesse pela minha graça de menir.
António Lobo Antunes, Memória de Elefante
[João Carlos Silva]
sábado, julho 07, 2007
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