quarta-feira, fevereiro 13, 2008
Dor do Século
Alain Besançon, em A Dor do Século, faz o exame imperativo aos sistemas comunista e nazi. Não é a prmeira vez que leio um livro que siga esta linha, nem é um argumento inovador o de afirmar que a destruição causada pelo comunismo não foi menor do que aquela causada pelo nazismo. Uma destruição tanto física, como política e moral. Mas a do comunismo foi (ou é) uma que ultrapassa a impulsividade da ideologia nazi (que preenche completamente a história da experiência nazi alemã, de facto), deixou marcas que dificilmente serão saradas e destruiu valores que, em alguns países, nunca serão recuperados.
Sobretudo, há a ideia de que, enquanto o mundo se unia contra o nazismo, nunca houve um «movimento» equivalente a uma escala europeia ou universal contra o comunismo. Os comunistas russos e chineses, ao expandirem-se de forma mais pontual, nunca conseguiram reunir uma «condenação» universal das nações mais poderosas. Houve e há um certo tabu de admitir que a ideologia comunista provou-se na prática enquanto inviável. E isto não tem só a ver com os exemplos tanto do manual Mein Kampf (reduzindo o pensamento de Hitler especificamente ao homem do Reich) como de qualquer outra vulgata leninista. Tem a ver com o homem criado pelas ideologias.
Diz Besançon: «O homem nazi e comunista oferece-se ao exame clínico do psiquiatra. Parece emparedado, isolado da realidade, capaz de argumentar indefinidamente em círculo com o seu interlocutor, obnubilado, e no entando persuadido de ser racional». Este homem é o soldado-ideólogo, uma mistura de combatente fiel com pastor substituto da personalidade de Hitler e de Estaline. É este homem que, seja qual for a linguagem que use, não hesitará em proceder ao genocídio. Pelo bem da Humanidade, diria qualquer um deles.
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