sexta-feira, fevereiro 01, 2008

D. Carlos

O homem deixou-me saudades, e não só nunca o conheci ou ouvi a sua voz, como nem sequer sonho como será ter vivido sob o seu reinado. Não sou monárquico, não sou saudosista da monarquia e não acho que um Estado sem sangue azul esteja condenado ao naufrágio. Não o acho particularmente bonito ou fotogénico, não sei se votaria nele se se candidatasse a cargos públicos. Nunca vi pinturas suas (por reputação jeitosas) ou admirei algo feito por si. Não o adoro, mas também não desgosto da figura. Não pego num rei martirizado por oposição à malfadada República, mas também não nego que fico um vácuo de ar e de veneno no espaço que o rei deixou. Mil e uma coisas que poderia procurar em D. Carlos para gostar dele como estadista, mas a simples verdade é que fico com a impressão de gostar do homem por ele mesmo. E uma impressão de que, acima de tudo, se acabou com um homem muito decente, equilibrado e prometedor em nome de muito pouco.

A decisão de matar o rei foi tomada a 1 de Fevereiro de 1908, há precisamente 100 anos. Buiça e Costa, personagens misteriosas e ao mesmo tempo prosaicas, deitaram D. Carlos e D. Luís ao chão, lavando a ideologia republicana em sangue. Não se pode é censurar os republicanos por este acto de coerência ideológica: não imagino a República a nascer sem esta manifestação dos radicais. Uma pena.

2 comentários:

Anónimo disse...

Boas,

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Tiago Nené

João Carlos Santana da Silva disse...

Obrigado, caro Tiago. Continuarei a visitar o Blogue das Artes e darei notícias em breve.

Cumprimentos.