terça-feira, janeiro 29, 2008

Pequenas nostalgias

Ouvir Mário Soares, numa sessão do Câmara Clara, a falar do «senhor André» da livraria.

Mao e a herança do poder



Mao tornou-se um símbolo, não do comunismo «antigo» chinês, nem do Partido Comunista na actualidade. Mao Tsé-Tung não é mais do que um ícone nacionalista que todos querem capitalizar para si mesmos.
Nadando à tona da verdade em relação às vítimas da Revolução Cultural, do Grande Salto em Frente, a nomenclatura do partido único chinês legitima a sua própria existência, enquanto «partido único», predominantemente a partir do mito de Mao como defensor da independência e dos valores da China contra o invasor nipónico. Descendentes de Mao, as elites chinesas serão assim as únicas figuras possíveis para liderar os chineses.

Ao criticarem Mao, estas elites perderiam um pai ideológico, perderiam o cordão umbilical à génese do nacionalismo chinês que ainda hoje inspira muita da população da China, em especial agricultores.
Nacionalismo e valores caducos, a memória mentirosa de Mao, é esta a cruz que os governantes da China ainda carregam. Que volta a dar? Ninguém sabe...

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Crença

Mas se não fosse para atrasados não era crença. Tu queres que a crença seja racional. Mas então não era crença. A queda dos graves não é uma crença. Dois e dois são quatro não é uma crença. Houve um santo que disse «creio porque é absurdo». Pois está claro que se não fosse absurdo, não era coisa de se crer.

Vergílio Ferreira, Para Sempre

terça-feira, janeiro 22, 2008

Wag the Dog

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Corda na garganta

Relações de trabalho: ter a corda na garganta tem muito que se lhe diga. Já não é o mesmo que ser judeu na Alemanha ou sunita no Iraque, mas traz um certa atitude paranóica com essa «corda». Quando alguém nos quer longe, há que ter cuidado em não pisar o risco, mas também é importante não trilhar o caminho que os outros escolhem. Não ter controlo sobre o sentido que se toma deixa uma marca igual ou pior do que a da corda na garganta.

O estado das coisas

Ritmo de trabalho

Sou o que menos produz no sítio onde trabalho. Mas também me sinto mais são ao fim do dia.

sábado, janeiro 12, 2008

O líder da «guerrilha»



Rui Ramos sobre Luiz Pacheco (1925-2008), aqui.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Aventuras revolucionárias

Chora Hillary, chora

Honestamente, aquela lágrima e a voz tremida que a acompanhou pareceram-me genuínas, o que, longe de "humanizar" Hillary, apenas a prejudica. Tudo porque ela "chora" por estar a perder a corrida eleitoral que julgava há anos estar ganha à partida, o que em vez de provocar a empatia dos eleitores, apenas acaba por lhes confirmar a ideia de que Hillary é uma mulher obcecada com o poder: ela "só chora" por perder eleições. Genuína ou encenada, a lágrima de Hillary é tudo menos uma ajuda à candidata.

Bruno Alves, Desesperada Esperança, mais aqui.

Eraserhead



Eraserhead: o filme mais irritante de David Lynch. Desde Lost Highway que a minha opinião acerca de Lynch, e sobretudo acerca dos que idolatram Lynch, não descia tanto. Claro que The Elephant Man é um dos meus filmes favoritos. Claro que Dune tem a qualidade e nostalgia da ficção científica que eu adorava enquanto menino. Claro que The Straight Story é um filme muito bonito (bonito é a palavra certa, e olhem que é uma palavra que muito honro e protejo no mundo do cinema). Mas nada disto retira a Eraserhead a categoria de filme sobrevalorizado da qual eu definitivamente não recuo.

O único ponto positivo deste filme é Henry, a personagem principal insone e tensa, peculiar, facilmente comparável com o próprio Lynch. Mas, em geral, Eraserhead é confuso, barulhento e irritante. Sons de fábrica, apitos, guinchos, cenas oníricas mais parecidas com tripes de heroína. Para mim, ir vê-lo ao cinema foi mesmo uma má experiência. Dizer que fiquei desiludido é até muito simpático para com Lynch, porque não deixo de gostar bastante de outros filmes do homem.

Advertência ao leitor

A ausência de computador normalmente implica que não se possa escrever no blogue. É precisamente isso que tem acontecido. Como todos os homens, as máquinas também se vão abaixo. Promete-se mais regularidade dentro em breve.