quarta-feira, setembro 10, 2008

O autoclismo da Humanidade

Não percebo peva de ciência. Mas a notícia apanha a atenção. Aparentemente, perto de Genebra, na Suiça, está-se na fase final da megalómana construção de um gigantesco acelerador de partículas, o que se revela como uma das maiores experiências científicas da História. De facto, tudo isto roça o fantástico mundo da ficção científica e do espectáculo do fim dos tempos. Mas a histeria geral tem sido, talvez, exagerada. Diz a sabedoria comum, ou a de alguns cientistas, que a experiência nos vai arrastar para um enorme buraco negro a ser criado pela experiência. Não me parece assim tão grave.

Passo a explicar. Primeiro facto: se os Delfins nunca foram engolidos por um buraco negro criado pela sua própria música (aparentemente, estes buraquinhos envolvem muita energia negativa), então não sei quem mais esteja destinado a esse futuro. Por outro lado, muito importante: porque é que alguns dos melhores cientistas da Europa (e do Mundo) estariam a criar uma máquina para um suicídio em massa? Que mérito tem um homem que destrói o único público que o pode aplaudir? Não faz sentido. Em terceiro e último lugar, e a mais decisiva das razões: porquê tanta arrogância de achar que não merecemos ir pelo cano abaixo? Os seres humanos são os seres mais irracionalmente virados para a destruição do «Próximo», seja por este ser diferente ou por ser igual e hipoteticamente rival. Logo, a criação de um destes engenhos teria o dedo divino, e a ironia, de nos dotar do instrumento da nossa própria destruição. Um autoclismo da Humanidade, diria eu. Acontecesse uma desgraça dessas, e eu admito: I saw it coming.

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